Análise Cronológica de 6 atentados a escolas no Brasil e os motivos que levaram à violência

Enquanto familiares, estudantes e o Brasil inteiro tentam se recuperar de mais um atentado escolar – no qual uma professora morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas após um ataque a facadas dentro de uma escola estadual na cidade de São Paulo – não podemos deixar de pensar em quantos ataques ocorreram e qual a verdadeira motivação do perpetrador que o leva a cometer tal atrocidade.

Será que casos assim podem ser evitados?

Antes de entrar no assunto, relembremos 6 casos de atentados em instituições de ensino que ocorreram nos últimos 12 anos no Brasil:

1. Tiroteio em escola no Rio de Janeiro (2011)

Em abril de 2011, um ex-aluno de 23 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e realizou um tiroteio que deixou 12 crianças mortas e mais de 20 feridas. O assassino foi interceptado por policiais, mas cometeu suicídio antes de ser detido.

Possível motivação: A motivação do delito permanece incerta, no entanto, a carta de suicídio deixada por Wellington, juntamente com os depoimentos públicos de sua irmã adotiva e de um colega próximo, indicam que o atirador era introvertido, sofria de bullying e se interessava bastante por temas relacionados a atentados terroristas e grupos religiosos fundamentalistas.

2. Ataque em escola de Goiânia (2017)

Em outubro de 2017, um estudante de 14 anos disparou contra colegas de classe na escola particular Goyases, em Goiânia. O crime resultou na morte de dois adolescentes e deixou outros quatro feridos.

Possível motivação: Conforme relatos, ele enfrentava bullying, ou, em suas próprias palavras, um colega estava importunando-o. Inspirado em outros casos, como os de Columbine e Realengo, ele decidiu cometer esse crime. Ele passou dois meses planejando a ação.

3. Tentativa de massacre em escola de Ponta Grossa (2018)

Em setembro de 2018, dois adolescentes, de 15 e 18 anos, planejaram um massacre na Escola Estadual Princesa Isabel, em Ponta Grossa, Paraná. A polícia interceptou o plano após denúncias anônimas e apreendeu armas e materiais explosivos que seriam utilizados no ataque.

Possível motivação: O aluno afirmou ter sofrido bullying e possuir pelo menos nove alvos, saindo de casa decidido a realizar o ataque, planejado desde julho. Segundo a polícia, uma carta contendo pedido de desculpas foi encontrada no material escolar dos suspeitos, juntamente com recortes de notícias sobre ataques em escolas nos Estados Unidos e no Brasil. Além disso, vídeos de violência foram encontrados no celular de um deles.

4. Massacre de Suzano (2019)

Em 13 de março de 2019, dois ex-alunos invadiram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, e realizaram um ataque que resultou na morte de 10 pessoas, incluindo cinco estudantes, dois funcionários, o tio de um dos atiradores e os próprios atiradores. O crime chocou o país e trouxe à tona a discussão sobre segurança nas escolas e a necessidade de investimento em prevenção.

Possível Motivação: Apesar da falta de clareza sobre o motivo do massacre em Suzano, a investigação policial sugere que os autores planejaram o ataque por meses, com a intenção de imitar outros ataques realizados nos Estados Unidos. Além disso, eles eram ativos em fóruns da deep web que promoviam a violência e o ódio. Já o assassinato do tio de um dos atiradores foi aparentemente motivado por uma disputa pessoal.

5. Assassinato de professora, auxiliar e três crianças em Santa Catarina (2021)

Em maio de 2021, uma professora foi assassinada dentro de uma creche na cidade de Saudades, Santa Catarina. O criminoso, um jovem de 18 anos, invadiu a escola armado com uma espécie de adaga e atacou a professora e outras quatro crianças, todas com menos de dois anos de idade. O caso gerou comoção nacional e levantou a questão da vulnerabilidade dos profissionais da educação.

Possível Motivação: Com base nas informações fornecidas por pessoas próximas, pode-se afirmar que o jovem apresentava uma personalidade problemática e vinha sofrendo bullying em sua escola. Era introspectivo, com histórico de maus-tratos a animais, e tinha interesse em jogos online, inclusive alguns com temática violenta. Ele fazia parte de uma família humilde e trabalhava em uma empresa, onde estava poupando dinheiro.

6. Assassinato de professora em São Paulo (2023)

Em uma escola da Zona Oeste da capital paulista, uma educadora Elizabeth Tenreiro faleceu e três professoras e um aluno ficaram feridos por facadas. O atacante, um estudante de 13 anos, foi detido depois de ser contido e despojado de sua arma por duas docentes.

Possível Motivação: A Polícia Civil está investigando uma história contada por um colega de classe, que alega que o agressor teria xingado outro aluno de “macaco”, o que teria dado origem a uma briga. A diretora da escola confirmou que uma conversa sobre esse incidente aconteceu na escola. Durante a confusão da briga, a professora Elizabeth Tenreiro interveio para separar os dois estudantes. De acordo com a versão do colega, o agressor prometeu se vingar.

O Bullying pode ser a causa da maioria dos massacres?

 

Tentando entender: Violência Escolar

O que pode ser feito?

A fim de prevenir a ocorrência de crimes nas escolas e garantir a segurança de estudantes e profissionais da educação, algumas medidas podem ser tomadas:

  • Investimento em segurança: é fundamental que as escolas contem com sistemas de monitoramento, controle de acesso e segurança eficientes. Essas medidas podem ajudar a identificar e impedir a entrada de pessoas não autorizadas.
  • Programas de prevenção à violência: a implementação de programas e projetos que promovam a cultura de paz, a convivência harmônica e o respeito às diferenças pode contribuir para a redução da violência no ambiente escolar.
  • Acompanhamento psicossocial: oferecer apoio psicológico e social a estudantes e profissionais da educação pode ajudar a identificar possíveis situações de risco e prevenir episódios de violência.
  • Capacitação de profissionais: é importante que os profissionais da educação sejam capacitados para lidar com situações de conflito e possam identificar sinais de alerta em relação a comportamentos violentos.

 

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