Ancestrais dos seres humanos quase foram extintos, aponta estudo
Descubra como a análise do DNA de 3.154 pessoas vivas na China revelou fatos surpreendentes sobre uma população de hominídeos quase extinta há centenas de milhares de anos.
O DNA, ou Ácido Desoxirribonucleico, é uma molécula essencial que carrega a informação genética de todos os seres vivos conhecidos.
Portanto, ele é considerado a molécula da vida devido ao seu papel fundamental na hereditariedade e na transmissão de informações genéticas de uma geração para a próxima. É possível obter muitas respostas através das análises de DNA.
Nesse sentido, um estudo que envolveu o DNA de 3.154 pessoas vivas, conduzido na China, revelou que os primatas ancestrais dos humanos modernos estiveram à beira da extinção cerca de 930 mil anos atrás.
Naquele contexto histórico, a população diminuiu para menos de 1.300 indivíduos, dos quais alguns deixaram descendentes na África. Os cientistas empregaram uma técnica conhecida como “relógio molecular”.
O relógio molecular usado na pesquisa
Esse tipo de abordagem é empregada para estimar a idade das variações genéticas que surgem em uma população, com base na avaliação da variabilidade genética observada na população contemporânea.
Para aplicar tal técnica, os cientistas analisam a diversidade genética em uma população contemporânea e identificam variações genéticas específicas que ocorreram com o tempo.
Com base na taxa de mutação conhecida, eles podem estimar quando tais variações genéticas surgiram pela primeira vez. Isso, por sua vez, fornece informações sobre o tamanho da população em diferentes períodos históricos.
No estudo, os pesquisadores empregaram um novo método de análise de dados genômicos para avaliar o tamanho de uma população que existiu em um período distante no passado.
O objetivo era entender com mais precisão quanta diversidade genética estava presente nessa população ancestral. A inovação da pesquisa reside na notável exatidão alcançada ao estimar o tamanho dessa população antiga.
O líder do estudo, Wangjie Hu, é um cientista chinês que atualmente trabalha na Escola de Medicina Icahn, associada ao renomado Hospital Mount Sinai em Nova York.
(Imagem: divulgação)
Conforme relatado em um artigo publicado na revista Science, os hominídeos do período Pleistoceno experimentaram uma redução significativa em sua população, que durou menos de 120 mil anos, antes de começarem a se recuperar.
Uma explicação possível para esse evento é que os hominídeos enfrentaram uma mudança climática regional para a qual não estavam bem adaptados.
A população começou a se recuperar cerca de 813 mil anos atrás, aproximadamente na mesma época em que os cientistas acreditam que os primeiros primatas dominaram o uso do fogo.
Os pesquisadores chineses afirmam que o período de recuperação está em sintonia com a falta de descobertas de fósseis de hominídeos na África, o que fortalece a validade de sua estimativa.
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