Animais que se dedicam aos filhotes evoluem mais rápido, aponta ciência

Pesquisadores da Universidade de Cambridge acompanharam a mutação em besouros para entender a influência do cuidado parental na sua evolução.

O reino animal exibe uma diversidade de comportamentos, de modo que podemos encontrar algumas espécies que cuidam de seus filhotes e outras que os jogam ao mundo ou os devoram, se necessário. Uma equipe de cientistas se dispôs a investigar quais os efeitos do cuidado parental entre os animais que cuidam dos filhotes na evolução destes.

Entenda o estudo

O artigo publicado recentemente na revista BioRxiv sintetiza o estudo dos pesquisadores da Universidade de Cambridge. No caso, o interesse dos estudiosos era de investigar como o comportamento de cuidar dos filhotes influencia sobre as mutações genéticas.

Para isso, eles escolheram observar a espécie de besouros Nicrophorus Vespilloides.

Animais que cuidam dos filhotes.
Foto: Kate Nightingale | NatureSpot.

 

Trata-se de uma espécie que se alimenta de carcaça de animais mortos e ajuda na decomposição dos mesmos. A escolha pela espécie se deu pelo fato de que estes besouros costumam cuidar de suas larvas por muito tempo. Eles, inclusive, as alimentam. Sendo assim, os cientistas separaram dois grupos de besouros.

No primeiro, houve cuidado parental. No segundo, não.

As primeiras observações mostraram que os besouros sem cuidado parental desenvolveram mutações mais imediatas, como o alongamento do bico para melhor se alimentar. Essas mutações dão conta da necessidade de sobreviver na natureza diante da ausência dos pais. Apesar disso, o interesse era observar a “carga de mutação”.

Efeitos sobre a carga de mutação

Este é o termo sobre a ação de observação ao número de mutações genéticas em uma espécie em relação aos seus antepassados. Enquanto os besouros sem auxílio parental tiveram mutações mais imediatas, a carga de mutação foi relativamente inferior aos que tiveram os cuidados dos “pais”.

Segundo os cientistas, essa era uma realidade previsível, visto que, em senso comum, é fácil perceber que a presença dos pais influencia na mutação das espécies. Dessa forma, pôde-se atestar que ao retirar os cuidadores, retira-se também uma série de mutações. O que também vale lembrar é que nem todas essas mutações são positivas.

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