Animais raros são encontrados em uma Reserva Natural no Brasil

Pesquisadores ficaram durante 40 dias na Reserva Natural Serra do Tombador, na cidade de Cavalcante, em Goiás, numa unidade de conservação de 9 mil hectares no bioma Cerrado. Nesse período, eles identificaram 755 animais, entre eles, 34 espécies de anfíbios e 40 espécies de répteis.

O objetivo deles era encontrar répteis (lagartos, serpentes, jacarés e tartarugas) e anfíbios (sapos, rãs e pererecas) de espécies raras. No entanto, apenas um ou dois indivíduos foram avistados durante todo o trabalho.

Uma das raridades encontradas é a Apostolepis sanctaeritae, uma cobra vermelha com a cabeça branca e preta, popularmente conhecida como “falsa coral”.

Apostolepis sanctaeritae

Apostolepis sanctaeritae é uma espécie de cobra que pertence à família Dipsadidae, encontrada no Brasil. A espécie foi descoberta em 2017 em uma área de mata atlântica no estado da Bahia.

As cobras da espécie Apostolepis são conhecidas por seu tamanho relativamente pequeno, com comprimento máximo de cerca de 60 centímetros, e alimentam-se principalmente de pequenos répteis, anfíbios e invertebrados. Sua cor é marrom claro com pequenas manchas escuras, e ela é encontrada em áreas de floresta tropical e subtropical, como florestas tropicais e secas.

“É uma espécie muito rara, muito pouco comum em todos os estudos. É difícil ser encontrada no campo e há pouco material conhecido em coleções científicas, então certamente é um animal raríssimo”, diz o biólogo Reuber Brandão, integrante da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), professor de manejo da fauna e áreas silvestres da Universidade de Brasília (UnB) e responsável pela expedição.

A cobra tem dentes inoculadores de peçonha na parte posterior da boca, mas apresenta um temperamento tranquilo, não oferecendo risco aos humanos. Além da cobra, outro animal chamou a atenção dos pesquisadores.

Sapo Rhaebo guttatus

Rhaebo guttatus é uma espécie de sapo da família Bufonidae, encontrada em várias partes da América do Sul, incluindo Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Brasil. Os sapos da espécie Rhaebo são conhecidos por seu tamanho grande e sua aparência impressionante.

O Rhaebo guttatus pode chegar a medir cerca de 20 centímetros de comprimento e tem uma cor geralmente escura, com manchas ou marcas amareladas ou brancas nas costas e nos flancos.

Segundo estudos realizados com a espécie, o veneno do sapo não chega a matar o seu predador, mas pode cegá-lo por alguns dias.

“Foi uma grande surpresa encontrá-lo na reserva. Isso mostra que a região da reserva é importante do ponto de vista biogeográfico porque abriga elementos da fauna do Cerrado e da Amazônia”, ressalta Brandão.