Apenas 1 em cada 4 pessoas com deficiência finaliza o ensino básico
O IBGE, por meio do Pnad, coletou informações importantes sobre o ensino e aprendizagem de pessoas com deficiência.
De acordo com os estudos realizados pelo IBGE, apenas 25% das pessoas com deficiência que iniciam o ciclo de ensino básico conseguem terminá-lo. Essa pesquisa considerou pessoas com 25 anos ou mais e foi realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto.
O estudo apontou, ainda, que para pessoas sem deficiência, o índice muda: cerca de 57,3% dos entrevistados concluíram o ensino médio. De acordo com a pesquisadora Luciana Alves dos Santos, essa diferença proporcional é bastante assustadora, uma vez que as pessoas com deficiência (PcDs) não têm o mesmo acesso à educação inclusiva e acessível como as pessoas sem deficiência.
A pesquisa considerou oito tipos de deficiências para a amostragem. Nesse caso, foram incluídas dificuldades para:
- Enxergar;
- Ouvir;
- Se comunicar;
- Andar ou subir degraus;
- Levantar uma garrafa de água de 2 litros;
- Pegar objetos pequenos
- Aprender;
- Realizar cuidados pessoais.
Mais resultados da pesquisa do IBGE sobre pessoas com deficiência
Além dos dados mostrados acima, também foram observadas outras diferenças. Por exemplo, 26,5% dos entrevistados que são pessoas com deficiência (PcDs) e que concluíram o ensino básico são mulheres, em comparação com 24,4% de homens. A pesquisa ainda prosseguiu tentando identificar se há discrepância no que se refere à série adequada do aluno.
Os estudos mostraram que há menos alunos nas séries adequadas às suas idades entre os PCDs. No ensino fundamental, a diferença é de 89,3% para 93,9% entre alunos cujas idades são diferentes das séries em que estão matriculados. No entanto, a diferença aumenta consideravelmente com o passar dos anos. De acordo com os estudos, no ensino médio, somente 54,4% dos alunos com deficiência estão na série correta, enquanto 70,3% dos alunos sem deficiência se mantêm na série adequada.
Segundo Maira Bonna Lenzi, pesquisadora do Pnad, o estudo mostrou que há muitos alunos em séries inadequadas, com defasagem no processo de ensino-aprendizagem. Talvez um grande motivo para essa diferença ser tão acentuada resida na falta de acessibilidade e inclusão nas escolas e na sala de aula.
Ainda de acordo com Lenzi, é preciso entender onde reside o problema das escolas e dos alunos com algum tipo de deficiência, principalmente na manutenção desses alunos em suas séries adequadas. Isso porque, segundo a pesquisa, a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência é de 19,5%, em comparação a somente 4,1% de pessoas sem deficiência.
Saiba mais sobre as deficiências consideradas
Acima, apresentamos os oito tipos de deficiência considerados para a realização desta pesquisa. No total, são mais de 18,6 milhões de brasileiros, ou 8,9% da população com dois anos ou mais, que possuem algum tipo de deficiência. O maior número é de mulheres, correspondendo a 10%, e o índice mais elevado se encontra na região Nordeste.
Entre todas as citadas, as mais comuns são as dificuldades para andar ou subir escadas, enxergar, aprender ou se lembrar das coisas. A grande maioria das pessoas possui apenas uma deficiência.
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