Arqueólogos encontram esqueletos de 1,5 mil anos enterrados de maneiras inusitadas
A descoberta foi feita no País de Gales e data do início da Idade Média.
De acordo com matéria veiculada na última quarta-feira (3) pela BBC britânica, arqueólogos do País de Gales encontraram um cemitério medieval que é, digamos, inusitado.
No local, que fica no perímetro do Castelo de Fonmon e tem cerca de 1,5 mil anos de idade, existem pelo menos 80 sepulturas com diversos corpos enterrados em posições não habituais.
Segundo outro jornal britânico, o The Guardian, que entrevistou os responsáveis pelo estudo, existem restos mortais que repousam de lado, de costas e até agachados, em vez da clássica posição com tórax para cima.
(Imagem: Universidade de Cardiff/reprodução)
O professor de arqueologia da Idade Média inicial Andy Seaman, da Universidade de Cardiff, em Gales, explica que outras cenas sepulcrais inusitadas já foram encontradas, mas não na quantidade agora descoberta.
“Outros locais semelhantes têm corpos em posições como esta, mas considerando o número de túmulos que examinamos até agora, parece haver uma proporção alta”, disse ele em entrevista ao The Guardian. “Isso pode ser evidência de algum tipo de rito funerário que era realizado”, completou.
Seaman afirma ainda que pode haver um propósito nessa forma estranha de sepultar mortos, pelo menos de acordo com o que foi observado até agora.
“Todos os esqueletos agachados estão do lado direito e estão virados para o sul, então há uma coerência entre eles”, acrescentou.
Mais detalhes em torno da descoberta
(Imagem: Universidade de Cardiff/reprodução)
Os campos em volta do Castelo de Fonmon começaram a ser explorados em 2021, quando um grupo de arqueólogos e geofísicos da Universidade de Cardiff pensavam que no lugar havia restos de uma antiga fazenda.
Posteriormente os especialistas encontraram evidências de um cemitério que funcionou entre os séculos 6 e 7, iniciando as escavações que revelaram as descobertas recentes.
No local também foram descobertas ossadas de animais abatidos para consumo, copos de vidro possivelmente importados da França e até um pino feito de ossos que servia para afinar instrumentos musicais rústicos.
A presença de vestígios de refeições e festejos musicais assinala, segundo Andy Seaman, que no antigo cemitério podem ter acontecido rituais para celebrar ou lamentar a partida dos mortos ali sepultados.
O professor garantiu, ainda durante sua entrevista ao The Guardian, que as investigações em Fonmon vão continuar até que toda a história por trás do cemitério medieval seja totalmente esclarecida.
“Seremos capazes de contar a história desta comunidade em um nível de detalhe e resolução sem precedentes”, prometeu.
* Com informações de BBC Reino Unido, The Guardian e Revista Galileu
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