Arqueólogos encontram homenagens antigas à mãe do 'patrono' da tecnologia Bluetooth; entenda

Recentemente, inscrições rúnicas dedicadas a uma influente rainha viking foram encontradas na Dinamarca, por meio do uso da tecnologia de escaneamento 3D em pedras rúnicas.

O estudo foi realizado por uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional da Dinamarca, do Conselho Nacional de Patrimônio Sueco e do Conselho Administrativo Municipal do Oeste da Suíça.

Os resultados foram publicados no periódico Antiquity na última quarta-feira (11) e estão gerando grande entusiasmo no campo da arqueologia.

Pedras rúnicas

O foco da pesquisa recaiu sobre dois grupos de pedras rúnicas, conhecidos como Jelling e Ravnunge-Tue. O primeiro grupo, erigido pelo rei Herald Bluetooth, fundador do estado dinamarquês, homenageava seus pais, Gorm e Thyra.

O segundo, por sua vez, também continha referências a uma mulher chamada Thyra. Os pesquisadores especularam que ambos os grupos poderiam estar relacionados à mesma figura histórica.

A doutora Lisbeth M. Imer, pesquisadora do Museu Nacional da Dinamarca e uma das autoras do estudo, explicou:

“Queríamos ver se conseguíamos encontrar os mesmos entalhes de runas em algumas dessas rochas, para que pudéssemos conectar as pedras Ravnunge-Tue com as Jelling. Se houvesse uma conexão, as chances de as rochas se referirem à mesma mulher, Thyra, mãe de Herald Bluetooth, seriam altas”, explica a pesquisadora.

A equipe de pesquisa usou modelos 3D para examinar as pedras rúnicas, analisando os entalhes, técnicas de gravação e linguagem utilizada.

(Imagem: Periódico Antiquity (2023)/Reprodução)

O que essas descobertas nos dizem sobre os tempos vikings?

A revelação mais intrigante foi a semelhança entre as runas encontradas na rocha Læborg, do grupo Ravnunge-Tue e na pedra Jelling 2.

Isso sugere que ambas foram entalhadas pela mesma pessoa, abrindo caminho para a conclusão de que as inscrições em ambas as pedras se referem à rainha Thyra.

Thyra, como indicam as evidências, desempenhou um papel crucial na história dinamarquesa. Segundo estudo, “a combinação das análises presentes e da distribuição geográfica das pedras rúnicas indica que Thyra foi uma das figuras-chave — ou até mesmo a figura-chave — para unir o reino dinamarquês”.

Além disso, esse achado reforça a possibilidade de que as mulheres tinham papéis mais influentes e poderosos do que se acreditava anteriormente na Era Viking dinamarquesa.

Esta pesquisa lança uma nova luz sobre o papel das mulheres na sociedade viking e destaca a necessidade contínua de reavaliar o nosso entendimento da história desse período fascinante.