Astrônomos detectam mancha solar 10 vezes maior que a Terra
De acordo com os especialistas, a mancha pode provocar explosões potencialmente nocivas ao nosso planeta. Saiba mais!
Uma mancha solar está chamando a atenção dos astrônomos e entusiastas da observação cósmica. Em apenas 48 horas, uma região ativa do Sol conhecida como AR3354 cresceu de forma extraordinária e agora está 10 vezes maior que o nosso planeta.
Especialistas alertam que essa gigantesca mancha solar apresenta um risco extremamente alto de gerar explosões solares do tipo X, as mais violentas.
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Astrônomos amadores revelam mancha solar gigante
O interessante é que mesmo astrônomos amadores com telescópios comuns têm conseguido observar detalhes surpreendentes dessa mancha solar. Com equipamentos caseiros, eles conseguem captar imagens que antes só eram possíveis com o uso dos maiores e mais avançados instrumentos científicos.
Uma dessas imagens mais impressionantes foi capturada pelo astrônomo amador austríaco Michael Karrer, em seu observatório de quintal. Ele relatou que, apesar do tamanho colossal da mancha solar, a captura não foi tão fácil quanto imaginava, devido a condições atmosféricas variáveis. No entanto, em momentos propícios, ele conseguiu obter uma imagem de alta resolução.
Ao analisar a foto de Karrer, é possível notar que o centro da mancha solar não é completamente escuro, mas apresenta pontos incandescentes chamados de “pontos umbrais”.
Descobertas sobre a mancha solar AR3354
Os pesquisadores acreditam que essas bolas de plasma ascendendo e descendendo no núcleo da mancha solar sejam células de convecção turbulentas, responsáveis por drenar calor de profundidades consideráveis.
Além disso, a imagem também revela centenas de “filamentos penumbrais”, que são finos tubos magnéticos que transportam energia para fora da mancha solar.
Esses detalhes fascinantes chamam a atenção de astrofotógrafos e entusiastas ao redor do mundo, como Mahdi Rahimi, do Irã, que afirmou que observar manchas solares é uma das cenas mais bonitas que se pode apreciar por horas a fio.
No entanto, é importante ressaltar que a observação direta do Sol pode ser perigosa para os olhos, sendo recomendado o uso de óculos de proteção especial. Mesmo com o tamanho colossal da mancha solar AR3354, é necessário tomar precauções para proteger a visão.
Dimensões extraordinárias e o legado de Carrington
Astrônomos e especialistas em clima espacial estão atentos às dimensões extraordinárias dessa mancha solar, que já alcança cerca de 1/3 do tamanho da histórica mancha solar de Carrington, responsável pela maior tempestade solar já registrada na Terra, em 1859.
As manchas solares são concentrações de energia que ocorrem durante o ciclo solar de 11 anos. Durante o auge desses ciclos, as linhas magnéticas das manchas solares podem se emaranhar e gerar explosões de energia.
Essas explosões solares são classificadas em um sistema de letras – A, B, C, M e X – conforme a intensidade dos raios-X emitidos. As erupções solares disparam partículas carregadas de radiação para fora do Sol em velocidades incríveis, podendo atingir até 1,6 milhão de quilômetros por hora.
Alerta de ejeções solares e riscos potenciais
Essas erupções solares também podem ser acompanhadas por ejeções de massa coronal (CMEs), que são nuvens de plasma magnetizado que podem levar até três dias para chegar à Terra.
Dependendo de sua potência, as CMEs podem desencadear tempestades geomagnéticas que afetam a atmosfera terrestre, causando auroras e, em casos mais extremos, apagões de energia, problemas de comunicação e até danos a satélites.
Especialistas continuam observando de perto a mancha solar AR3354, a fim de entender quais serão seus próximos movimentos.
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