Atuação do professor é fator-chave para plena inclusão de aluno especial
Cabe ao educador induzir processo de adaptação de crianças com deficiência em salas de aula
Responsáveis pela criação de um ambiente em que todas as crianças se sintam acolhidas e respeitadas, os professores desempenham um papel fundamental para a inclusão de crianças especiais nas escolas.
Essa é a principal conclusão de estudo desenvolvido pelas universidades britânicas de Exeter e Cambridge, ao apontar como decisiva a atuação do educador para o processo de aprendizagem de crianças com deficiência ou que apresentem dificuldade de socialização, de modo a que estas se sintam integradas em atividades e dinâmicas de grupo, o que dificilmente pode ser feito pelos demais coleguinhas em sala de aula.
De acordo com a psicóloga e coordenadora educacional Viviane Faria, fundadora do Instituto Cáue – Redes de Inclusão (PI), ”quando o aluno com deficiência chega, as crianças precisam ter espaço para fazer perguntas e, a partir dos questionamentos, trazermos respostas, criarmos reflexões e construirmos um espaço mais inclusivo no dia a dia, nas brincadeiras e nas interações”.
A falta de investimento nas instituições de ensino é um problema estrutural que acaba sendo um entrave ao pleno desenvolvimento do aluno especial. Dez anos atrás, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo – agora Instituto Jô Clemente – fechou a escola especial que mantida, preferindo apoiar a inclusão das crianças com deficiência por escolas regulares, o que mostrou resultados positivos, após três anos da ‘migração’.
Sobre o tratamento a ser dispensado a alunos especiais, a superintendente-geral do instituto, Aracélia Costa, acentua: “Nós acreditamos muito no atendimento educacional especializado, no apoio ao professor, à família e ao aluno. Esse tripé é que garante uma inclusão escolar plena. Nós apoiamos a escola, formamos professores, temos curso de especialização e pós-graduação. Além disso, apoiamos os centros de AEE [Atendimento Educacional Especializado] e o aluno, temos avaliação psicopedagógica e avaliações de funcionalidade na tentativa de que, a partir disso, possamos orientar melhor o professor no dia a dia da sala de aula com aquele aluno”.
Quanto às maiores barreiras para a inclusão, Aracélia considera relevantes, a atitude e o conhecimento sobre cada aluno, visando identificar quais seriam os melhores mecanismos para aquela aprendizagem específica. “É preciso informação de qualidade para que os ambientes possam ser incluídos. Isso se aplica a escolas, a empresas e a qualquer outro lugar. Mas estamos em um movimento de avanço porque, primeiro, não havia escolas para essas pessoas, depois tivemos as especiais, agora estamos num modelo de educação inclusiva”.
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