Autismo é mais frequente em homens ou mulheres? E por quê?

Pesquisadores exploram a influência genética no diagnóstico de autismo, destacando diferenças significativas entre meninos e meninas.

O transtorno do espectro autista engloba uma variedade de desafios de comunicação e interação social. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 1% das crianças são afetadas globalmente.

Os fatores de risco para o autismo incluem causas ambientais e genéticas, mas o papel dos cromossomos sexuais tem despertado o interesse dos cientistas e novas pesquisas na área.

Meninos e meninas apresentam aspectos genéticos impactantes para o diagnóstico de autismo – Imagem: reprodução

Teoria do cromossomo Y

Um estudo conduzido pelo Geisinger College of Health Sciences, na Pensilvânia, pode ter revelado novas perspectivas sobre a predominância do autismo em meninos.

Atualmente, sabe-se que as chances de um homem ser diagnosticado com autismo são três vezes maiores do que as de uma mulher. Especialistas agora investigam o papel do cromossomo Y nessa disparidade.

Os pesquisadores buscavam entender se, além dos fatores protetores associados ao cromossomo X, o cromossomo Y também influenciava o risco de autismo.

Para tal, a pesquisa analisou aneuploidias nos cromossomos sexuais, uma condição em que há mais de dois cromossomos sexuais, permitindo uma análise detalhada de seus impactos.

Publicado na Nature Communications em 15 de outubro, o estudo examinou 350 indivíduos com variações de aneuploidia.

A investigação revelou que possuir um cromossomo Y extra dobrava a chance de diagnóstico de autismo, enquanto um cromossomo X adicional não alterava o risco.

Implicações e próximos passos

Os resultados sugerem que o risco de autismo pode estar ligado ao cromossomo Y, mais do que à proteção oferecida pelo cromossomo X.

Alexander Berry, coautor da pesquisa, destacou a importância de investigar os fatores de risco no cromossomo Y. No entanto, mais investigações são necessárias para identificar especificamente quais fatores do cromossomo Y contribuem para o desenvolvimento do autismo.

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