Bocha adaptada ou paraolímpica – História, regras e classificação

Conheça um dos esportes paraolímpicos no qual o Brasil se destaca e que atua como fator de integração social vida de pessoas com deficiência.

A bocha adaptada é um esporte muito democrático, além de poder ser praticada por homens e mulheres, permite que pessoas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas obtenham alto rendimento esportivo.

Mas engana-se quem pensa que o esporte é extremamente fácil e lento. Pelo contrário, ele exige muita concentração, controle dos músculos e alta precisão.

A modalidade requer seis bolas azuis, seis bolas vermelhas e uma bola branca (bola alvo, jack ou bolim). O objetivo dos jogadores rolar as bolas coloridas, de forma a encostar o maior número possível delas na bola alvo.

Inicialmente, a bocha adaptada foi criada para as pessoas com encefalopatia crônica, popularmente conhecida por paralisia cerebral, severas e com alto grau de comprometimento motor nos quatro membros e que além disso, se locomoviam por meio de cadeira de rodas.

Entretanto, com o passar do tempo, pessoas com outros tipos de deficiência, desde que se encaixem na classificação, começaram a fazer parte das competições. Como exemplo, é possível destacar pessoas com atrofia muscular espinhal, disfunção motora progressiva e muitas outras.

História da bocha adaptada

A origem da bocha, esporte do qual a bocha adaptada se deriva, tem uma origem incerta. Alguns historiadores afirmam que no Egito Antigo e Grécia já havia práticas semelhantes, mas somente como uma diversão para matar o tempo.

Mas foi só na Itália que a bocha tornou-se uma modalidade esportiva. Em virtude das conquistas do Império Romano, rapidamente a prática se espalhou por toda a Europa. A vinda para o Brasil foi feita por intermédio dos imigrantes italianos.

Mas somente a partir de 1970 é a bocha adaptada começou a ser praticada. Em 1984 pela primeira vez o esporte apareceu entre as modalidades disputadas nos Jogos Paraolímpicos de Nova York e Stoke Mandeville.

Antes disso havia o lawn bowls, que era muito semelhante a bocha adaptada, mas praticado na grama. Foi nessa modalidade que o Brasil conquistou sua primeira medalha paraolímpica, com Luiz Carlos da Costa e Robson Sampaio de Almeida.

No Brasil, a administração da modalidade fica por conta da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE).

Regras

Conheça quais são as principais regras e fundamentos da bocha adaptada:

  • Todos os competidores, obrigatoriamente, devem se locomover por meio de cadeira de rodas;
  • É permitido o uso das mãos, pés ou instrumentos de auxílio, em casos de praticantes com alto grau de comprometimento nos membros superiores e inferiores;
  • Atletas com maior comprometimento podem contar com auxílio de ajudantes, chamados de calheiros;
  • As provas podem ser praticadas individualmente, em duplas ou trios;
  • Individual: as partidas são divididas em quatro ends, onde os atletas lançam seis bolas em cada;
  • Dupla: a disputa também é feita em quatro ends, mas cada jogador lança três bolas por parcial;
  • Trio: os jogos em trios são disputados em três ends, onde cada jogador lança duas bolas por parcial;
  • A área do jogo deve medir 6m de largura por 12,5m de comprimento;
  • A quadra deve ser completamente lisa, com piso sintético ou de madeira;
  • O objetivo do jogo é lançar as bolas coloridas o mais próximo possível da bola branca;
  • Vence a partida quem obtiver o maior número de pontos;

Classificação

A classificação dos jogadores com paralisia cerebral é feita em CP1 e CP2. Da mesma forma, atletas com outros tipos de deficiência severa que também podem competir na modalidade. Dependendo na classificação funcional eles podem ser inseridos em uma das quatro categorias abaixo:

BC1 – abriga tanto os arremessadores CP1, quanto jogadores CP2. Os jogadores podem contar com auxiliares que devem permanecer fora da área de jogo do atleta. Suas funções se restringem a estabilizar e ajustar a cadeira de rodas do competidor, além de entregar a bola quando este a solicita.

BC2 – voltada para todos os arremessadores CP2, nesta classe os jogadores não podem receber auxílio.

BC3 – a classe é destinada a atletas com deficiências muito severas. Eles usam um dispositivo auxiliar, e além disso, podem ser auxiliados por uma pessoa. Esta, deve permanecer na área de jogo do atleta, mas deve ficar de costa para os juízes e evitar olhar para o jogo.

BC4 – específica para competidores com outras deficiências severas, mas que não podem receber qualquer tipo de auxílio.

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