Brasil entra na corrida para abolir lâmpadas com mercúrio até 2025

Há dois anos, em 2021, o Brasil indicou que assumiria o compromisso de eliminar as lâmpadas fluorescentes do mercado até 2025. A decisão aconteceu durante a quarta reunião da Conferência das Partes (COP) da Convenção de Minamata.

Embora as lâmpadas fluorescentes tenham surgido como uma alternativa mais econômica e durável às incandescentes, elas contêm mercúrio em sua composição, um metal altamente tóxico.

Com o objetivo de reduzir os impactos ambientais e os riscos à saúde, o país busca substituir essas lâmpadas por opções mais sustentáveis, como as lâmpadas de LED.

As lâmpadas de LED consomem menos energia, não emitem calor excessivo e não contêm metais pesados, figurando assim como uma alternativa mais segura e eficiente para a iluminação.

Lâmpadas que contêm mercúrio são tóxicas

De acordo com a bióloga Alexandra Penedo de Pinho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o mercúrio presente nas lâmpadas fluorescentes pode causar diversos problemas de saúde nos seres humanos, como ataxia, problemas neuromotores e neurológicos.

O mercúrio é considerado teratogênico, ou seja, pode afetar o desenvolvimento dos fetos durante a gestação. A toxicidade do mercúrio está especialmente relacionada aos danos neurológicos e, em casos extremos, pode levar à morte.

Conforme as orientações da Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação (Reciclus), nos últimos seis anos, o Brasil registrou a reciclagem de 33 milhões de lâmpadas fluorescentes, o mesmo que 5 milhões de lâmpadas recicladas anualmente.

No entanto, esse número ainda é consideravelmente inferior ao total de lâmpadas que são colocadas no mercado anualmente. Apenas em 2022, foram importadas 12 milhões de lâmpadas fluorescentes para o país.

Segundo Camilla Horizonte, gerente de operações da Reciclus, o Brasil enfrenta um grande desafio no que diz respeito à conscientização das pessoas sobre os resíduos prejudiciais ao meio ambiente.

A especialista destacou que o meio ambiente já sofreu as consequências de desastres naturais e ressalta que o descarte inadequado de resíduos tem impactos significativos no mundo.