Cabelos encontrados em caverna provam que nossos ancestrais eram usuários de drogas

Pesquisas recentes em cabelos da Idade do Bronze descobrem evidências do uso de drogas psicoativas na Europa antiga.

Uma descoberta fascinante dentro de uma caverna em Menorca, uma ilha espanhola, trouxe à tona alguns costumes dos nossos ancestrais europeus há aproximadamente 3.000 anos.

Durante escavações na caverna de Es Càrritx, pesquisadores encontraram cabelos humanos preservados dentro de tubos decorativos, tingidos de vermelho, que revelaram a primeira evidência direta do uso de substâncias psicoativas na Idade do Bronze na Europa.

Imagem: Reprodução

Utilizando técnicas como a espectrometria de massa de alta resolução e a cromatografia líquida de ultra-alta performance, cientistas identificaram a presença de alcaloides psicoativos como atropina e escopolamina, substâncias conhecidas por induzir alucinações, delírio e alterações na percepção sensorial. Descobriram também a presença de efedrina, um estimulante que pode aumentar a alerta e a excitação.

Os cabelos, que são raros vestígios biológicos dessa época e região, sugerem que nossos ancestrais da Idade do Bronze possivelmente consumiam esses compostos ao ingerir plantas como a mandrágora, o henbane, o trombeteiro e o pinho conjuntivo. A análise indica que esse consumo não era ocasional, mas sim, ocorria ao longo de pelo menos um ano, o que sugere uma prática ou ritual regular.

Os recipientes que armazenavam os cabelos, decorados com círculos concêntricos, levantam hipóteses de que simbolizavam a ‘visão interior’ alcançada pelo consumo dessas plantas. Embora o propósito exato desses rituais permaneça um mistério, especula-se que xamãs ou líderes espirituais os utilizassem em cerimônias religiosas, em busca de significados existenciais ou revelações espirituais profundas.

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Este achado não apenas oferece uma visão direta do consumo de drogas entre os europeus antigos, mas também desafia a compreensão contemporânea sobre as práticas culturais e espirituais da pré-história europeia. Além disso, reforça a noção de que a busca por transcendência, significado e conexão com o divino são questões intrinsecamente humanas, transcendendo tempo e cultura.

* Com informações e imagens da Revista Nature e Smithsonian Magazine

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