Calendário de 12 mil anos é descoberto na Turquia
O calendário está no sítio arqueológico de Göbekli Tepe, que, desde a sua descoberta tem intrigado cientistas de todo o mundo.
Um sítio arqueológico no sudeste da Turquia, datado de 12 mil anos, trouxe à tona informações surpreendentes sobre civilizações antigas. O local, chamado Göbekli Tepe, possui estruturas monumentais que podem representar o calendário mais antigo já encontrado.
Tal descoberta lança luz sobre a sofisticação das primeiras sociedades humanas em termos de organização social e habilidades de engenharia em uma época anterior ao início do desenvolvimento humano convencionalmente aceito.
Erguido por caçadores-coletores por volta de 9.600 a.C., Göbekli Tepe desafia a compreensão comum sobre as capacidades das civilizações neolíticas. Mesmo sem agricultura ou metalurgia avançada, ergueram-se imensas formações de pedra no local.
Pesquisadores da Universidade de Edimburgo sugerem que essas estruturas podem ter funcionado como um sistema de calendário complexo, indicando que essas pessoas primitivas já observavam as estrelas com atenção.
Os mistérios de Göbekli Tepe
Como já foi dito, Göbekli Tepe se destaca por suas esculturas de pedra gigantescas e sofisticadas. Essas formações circulares, com até 16 pés de altura e 20 toneladas, possuem entalhes simbolizando animais e figuras humanoides.
Quando o local foi escavado, os estudiosos presentes notaram de imediato que tais representações tinham uma função religiosa ou simbólica no passado. Por algum tempo, Göbekli Tepe foi visto como uma espécie de local sagrado ou complexo de templos.
Porém, recentes estudos apontam que o local pode ter sido utilizado para observações astronômicas, uma vez que entalhes nos pilares foram identificados como marcadores de tempo.
Uma das pedras exibe, por exemplo, um calendário solar rudimentar de 365 dias. Os habitantes do local poderiam, assim, monitorar eventos sazonais significativos.
Göbekli Tepe – Imagem: Wikimedia Commons/Mark Cartwright/reprodução
Relação com a astronomia
Depois das últimas descobertas, ficou claro que os símbolos gravados em Göbekli Tepe mostram uma relação antiga com a astronomia. Um bom exemplo é uma figura similar a um pássaro com um V esculpido no pescoço, que pode ter relacionado o local ao solstício de verão. Esta descoberta sugere um conhecimento avançado do movimento celestial.
Além disso, estátuas próximas apresentam marcas semelhantes, indicando uma possível ligação a rituais astronômicos ou a divindades. Tais esculturas podem representar o calendário lunissolar mais antigo conhecido, anterior a outros em milhares de anos.
Impacto de um evento catastrófico
Göbekli Tepe também pode ter sido um memorial para um impacto de cometa ocorrido há cerca de 13 mil anos. Evidências de sedimentos mostram altos níveis de irídio e platina, sugerindo um evento catastrófico que levou a mudanças climáticas severas.
Acredita-se que essas condições extremas forçaram adaptações nas primeiras sociedades humanas, possivelmente catalisando o desenvolvimento da agricultura. Assim, o local pode ter sido erguido como um memorial a este impacto, com a adição de elementos que pudessem lembrar como prever episódios semelhantes no futuro.
Karahan Tepe, outro sítio próximo, mostra o uso do mesmo sistema de calendário, indicando uma rede cultural e científica entre comunidades neolíticas. Ao que parece, esse intercâmbio de conhecimento permitiu avanços significativos em observações astronômicas e desenvolvimento de calendários.
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