Os Castelos Medievais

Símbolo sempre presente no imaginário dos contos de fada, os castelos eram construções importantes idealizadas no contexto da Idade Medieval.

Ao contrário do que os filmes tentam representar atualmente, essas construções nem sempre eram símbolo de poder e ostentação, mas sim de proteção. As constantes guerras e invasões no período medieval obrigavam os senhores feudais a construírem enormes castelos com imensas muralhas a sua volta.

Atualmente, muitos castelos medievais foram esquecidos e abandonados à ação do tempo, ficando restritos a grandes ruínas; mas outros foram preservados se tornando luxuosos hotéis e tantos outros foram transformados em atrações turísticas, atraindo milhares de visitantes todos os anos.

A instabilidade na sociedade medieval gerava intensa insegurança entre a população, tudo isso era resultado das constantes invasões e guerras internas nos primeiros séculos da Idade Medieval. Por esses motivos, os senhores feudais deram início a construção de imponentes castelos por todo o continente europeu.

Os Primeiros Castelos

Os primeiros castelos foram construídos utilizando madeira, a edificação tinha o objetivo de abrigar o senhor feudal e sua família, além dos servos que eram dependentes desses senhores. Eram símbolo de poder e justiça, destinados a proteger toda a aldeia e seus habitantes.

Como a madeira era uma matéria-prima extremamente frágil, ficava suscetível aos ataques dos invasores. Dessa forma a partir do século XI, os senhores feudais que possuíam maior riqueza passaram a construir os seus castelos utilizando pedras.

Castelo Medieval por dentro
Castelo Medieval por dentro

A construção era formada por muralhas imensas e vários aposentos destinados a acolher o senhor e sua família. Em volta do castelo, havia um fosso cheio de água que dificultava a aproximação do inimigo. Geralmente, a construção levava dez anos para ser concluída e contava com a participação de muitos trabalhadores.

Apesar dos moradores dos moradores oferecerem constantes banquetes para demonstrar aos convidados à grandeza de seus castelos, a maior finalidade dessas construções era manter os seus moradores imunes a batalhas e invasões.

O Ataque ao Castelo

As guerras medievais visavam capturar o inimigo e garantir ao invasor um lucrativo resgate. Assim, o cerco ao castelo poderia se estender por muito tempo, o inimigo se instalava em volta da construção e instalava armas como a catapulta próxima as muralhas.

As Catapultas eram mecanismos de cerco que utilizam uma espécie de braço para lançar um objeto (pedras e outros) a uma grande distância, evitando assim possíveis obstáculos como muralhas e fossos. Foi muito utilizada durante as batalhas medievais. Acredita-se que fora criado possivelmente pelos gregos, durante o reinado de Dionísio I, como arma de guerra.

A investida contra os castelos se iniciava com o lançamento de rochas e objetos em chamas em direção aos muros e ao interior das muralhas. Após esse momento, entupiam-se os fossos com pedras e outros entulhos que substituíssem as pontes e os invasores cavavam buracos sob as fortalezas. Quando um invasor conseguia ultrapassar os limites da muralha, ele abria os portões para que os outros invasores entrassem.

Catapulta

As invasões causavam intensa euforia e medo entre a população das vilas, os moradores se uniam em busca de medidas que garantissem a sua defesa.

Uma das tentativas consistia em levantar as pontes, colocar guardas a postos nas torres de vigia em cima das muralhas, deslocar guerreiros para ficarem a postos em volta das muralhas e utilizar passagens subterrâneas para ir à busca da ajuda dos aliados em outros reinos. Era comum também, utilizar sinais de fumaça e soar trombetas para chamar a atenção de quem pudesse oferecer auxílio.

Como os cercos aos castelos costumavam durar longos meses, os moradores muitas vezes ficavam desprovidos de alimentos.

Cerco óleo quente

Quando um invasor conseguia escalar a muralha do castelo, os moradores costumavam utilizar o mecanismo ao lado para lançar óleo ou água quente no inimigo. Essa estratégia neutralizava rapidamente quem tentasse subir a fortaleza.

A Intimidade dos Castelos

Geralmente os castelos eram construções únicas, os senhores tinham o cuidado de edificar sua residência para que ela concentrasse suas características. O castelo era quase que uma identidade do morador, mas a maioria deles partilhava características comuns, como a existência de um salão, de aposentos exclusivos para o dono do castelo, de uma capela e de uma torre para os guardas.

O dia-a-dia não era muito luxuoso, já que os castelos não contavam com água corrente ou aquecimento, o que levava os moradores a ficar um bom tempo sem banho, hábito que não era muito rotineiro. A alimentação tinha como base a carne, o pão, vinho, queijos e peixes na época de períodos santos.

As refeições eram servidas na sala de jantar, os pratos eram de estanho, cobre cerâmica ou madeira. O senhor deveria ser o que mais comia, o hábito de comer até se saciar era uma demonstração de soberania sobre os outros. Soltar longos arrotos a mesa também era uma forma de demonstrar a satisfação com o alimento.

Nessas habitações, não havia luxuosas mobílias, os móveis ficavam restritos somente a itens de extrema necessidade. As empregadas do castelo, por exemplo, dormiam no chão, as camareiras costumavam dormir aos pés da cama de suas senhoras.

A iluminação da residência ficava a cargo de lamparinas a óleo ou velas de sebo. A água era conquistada através da escavação de poços, o que vez ou outra gerava problemas de abastecimento.

A convivência entre os moradores ficava concentrada em alegres passeios pelos jardins externos, cheios de árvores, flores e pomares. Era nos jardins que os namorados e amantes também costumavam se encontrar.

Lorena Castro Alves
Graduada em História e Pedagogia

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