Censo 2022 aponta: Brasil terá menos habitantes a partir de 2042

Levantamento indica um Brasil que envelhece rapidamente, com previsão de queda populacional iminente.

O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe à tona uma realidade que já avinha sendo prevista: a população brasileira está envelhecendo em ritmo acelerado e a tendência é que ela comece a diminuir a partir de 2042.

Essa mudança demográfica não só antecipa uma previsão anterior, como também coloca o Brasil diante de desafios socioeconômicos complexos e inéditos.

O início da queda populacional em 2042

De acordo com as Projeções de População 2024, baseadas nos dados mais recentes do Censo, o Brasil alcançará seu pico populacional em 2041, com 220,4 milhões de habitantes.

A partir desse ponto, a quantidade de pessoas começará a cair, com uma queda de 199,2 milhões até 2070.

Esse encolhimento é impulsionado por uma combinação de fatores: a redução acentuada da taxa de fecundidade, o aumento da expectativa de vida e a crescente proporção de idosos na população.

Redução na taxa de fecundidade e envelhecimento

A queda na taxa de fecundidade é um dos principais motores dessa transformação. Em 2000, o Brasil registrava cerca de 3,6 milhões de nascimentos por ano.

Tal número teve uma queda para 2,6 milhões em 2022 e a projeção é de que caia ainda mais, chegando a 1,5 milhão em 2070.

Essa diminuição nos nascimentos reflete diretamente no envelhecimento populacional. Enquanto em 2000, apenas 8,7% da população brasileira era composta por idosos (pessoas com 60 anos ou mais), esse percentual quase dobrou em 2023, atingindo 15,6%.

A expectativa é de que, em 2070, tal faixa etária represente cerca de 37,8% da população total.

Mudanças na estrutura etária e expectativa de vida

Esse cenário também altera a estrutura etária da população. Atualmente, a maior parte da população brasileira está na faixa entre 40 e 59 anos (26,2%). Contudo, por volta de 2042, a população idosa já será a maior parcela da sociedade.

Além disso, a idade média do brasileiro, que era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve alcançar 48,4 anos até 2070.

O aumento da expectativa de vida é outro fator importante no cálculo. Em 2023, a esperança de vida ao nascer no Brasil era de 76,4 anos, sendo 79,7 anos para mulheres e 73,1 anos para homens.

Essa expectativa de vida está em constante crescimento, e a projeção para 2070 é que os brasileiros vivam, em média, 83,9 anos, com as mulheres atingindo 86,1 anos e os homens 81,7 anos.

Além disso, a taxa de mortalidade infantil, que era de 28,1 por mil nascidos vivos em 2000, caiu significativamente para 12,4 por mil em 2022, com previsões de que continue diminuindo, atingindo 5,8 por mil em 2070.

Tal queda na mortalidade infantil, associada ao aumento na expectativa de vida, reforça a tendência de envelhecimento da população brasileira.

Desafios socioeconômicos à frente

Essas mudanças trazem desafios consideráveis para o país. O encolhimento populacional poderá impactar a força de trabalho, a economia, a previdência social e os serviços de saúde, exigindo reformas estruturais significativas.

Estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Alagoas sentirão esses efeitos mais cedo, com a população começando a diminuir já entre 2027 e 2028.

Apenas Mato Grosso apresenta uma tendência de crescimento populacional após 2070, destacando-se como uma exceção no panorama nacional.

Portanto, o Brasil encara um futuro no qual o envelhecimento populacional e a queda no número de habitantes vão demandar novas políticas públicas e uma adaptação rápida das estruturas socioeconômicas.

As informações das projeções não apenas refletem a realidade atual, mas também projetam um horizonte em que o planejamento e a preparação são essenciais para mitigar os impactos das transformações demográficas.

*Com informações de O Globo e Revista Exame.

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