Censo surpreende ao apontar curso ‘desconhecido’ como mais concorrido do Brasil
O referido Censo é o da Educação Superior 2023, feito pelo Inep.
No cenário da educação superior brasileira, novos padrões começam a se destacar, atraindo especialmente a atenção de especialistas e empresas de engenharia.
O Censo da Educação Superior 2023, publicado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), trouxe revelações surpreendentes.
Engenharia Naval, superando Medicina e Direito, consolidou-se como o curso mais procurado, uma mudança intrigante no perfil das preferências acadêmicas.
Essa transformação pode sinalizar novas oportunidades no mercado de trabalho e um movimento em direção a áreas emergentes e inovadoras, muitas delas antes exclusivas ou relegadas.
Com o aumento da demanda por profissionais qualificados, a Engenharia Naval se destaca como uma escolha promissora para estudantes ávidos por inovação. Neste artigo, exploraremos as razões por trás desse fenômeno.
Números reveladores do Censo 2023
A análise dos dados do Censo revela que o curso de Engenharia Naval registra uma relação candidato/vaga superior à de muitas outras áreas, proporcionalmente falando.
Com milhares de candidatos disputando pouco mais de 200 vagas ao longo do ano, sua concorrência supera até mesmo a da Medicina. Este fato é um reflexo do crescente interesse na eficiência e sustentabilidade do setor marítimo.
A média ficou assim:
- Engenharia Naval: 55 candidatos por vaga (13.329 candidatos para 243 vagas);
- Medicina: 53 candidatos por vaga (685.347 candidatos para 13.052 vagas);
- Computação e TIC: 52 candidatos por vaga (3.358 candidatos para 64 vagas);
- Psicologia: 19 candidatos por vaga (135.043 candidatos para 7.197 vagas);
- Biomedicina: 18 candidatos por vaga (35.794 candidatos para 2.030 vagas).
O engenheiro naval trabalha na projeção e construção de estruturas navais, como navios, estaleiros, plataformas, etc. – Imagem: Freepik/reprodução
Engenharia Naval e sua importância estratégica
A Engenharia Naval assumiu um papel crucial na economia nacional nas últimas décadas, impulsionada pelo vasto potencial do Brasil em suas costas e recursos hídricos.
Este campo abrange o desenvolvimento de embarcações e infraestruturas marítimas, essenciais para a economia global e o funcionamento de empresas como a Petrobras. O crescimento contínuo das inovações tecnológicas assegura que a demanda por engenheiros navais persista.
E, apesar da alta concorrência, o curso de Engenharia Naval oferece oportunidades atraentes, refletindo o aumento das atividades marítimas no Brasil.
No entanto, como demonstraram os dados do Censo de 2023, apenas uma porcentagem limitada dos estudantes que se formam ingressa no ensino superior, destacando a relevância da educação técnica na área.
Diversidade nas taxas de ingresso
As taxas de ingresso no ensino superior variam entre as diferentes redes de ensino. Estudantes de escolas federais têm maior sucesso, com uma taxa de 58%, enquanto aqueles provenientes de escolas estaduais alcançam apenas 21%. Na rede privada, a taxa é de 59%, apontando para desafios que as políticas educacionais devem enfrentar.
Esses dados refletem a realidade do ensino superior no país e são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias que visem melhorar a qualidade da educação.
Por sua vez, o referido Censo desempenha um papel essencial ao fornecer uma visão abrangente, contribuindo para a criação de indicadores como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC).
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