Cidades antigas na Amazônia são desvendadas após 2.500 anos

A tecnologia LiDAR trouxe segredos milenares da civilização Amazônica escondidos na selva.

Nas profundezas da Amazônia, um segredo milenar foi desvendado: arqueólogos encontraram cidades de 2.500 anos, apontando uma nova página na história dessa região tão enigmática.

Usando a tecnologia de mapeamento LiDAR (Light Detection and Ranging), cientistas conseguiram penetrar a densa cobertura florestal da Amazônia e revelar vestígios de uma rede complexa de cidades, estradas e canais. De acordo com os envolvidos, esta tecnologia foi indispensável para visualizar o que antes estava escondido sob a vegetação.

  • LiDAR: foi um sistema de sensoriamento a laser utilizado nas descobertas. Essa tecnologia mapeia estruturas físicas, mesmo debaixo de tanta vegetação.

Estrutura e escala das cidades descobertas

Para a grande surpresa, os pesquisadores encontraram evidências de uma organização urbana sofisticada, que inclui:

  • Praças e estradas: praças centrais com até 150 metros de diâmetro e estradas com até 40 metros de largura.
  • Plataformas residenciais: mais de 6.000 plataformas, algumas circulares e outras retangulares, usadas para construir habitações.
  • Complexos monumentais: foram descobertas estruturas possivelmente usadas para funções cívicas ou cerimoniais.

Arqueólogo Francês foi responsável pela descoberta

Stéphen Rostain, arqueólogo e diretor de pesquisa no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, teve um papel indispensável nesta descoberta histórica. Para ele, o achado na Amazônia foi descrito como “incrível”.

Isso porque, com a tecnologia LiDAR os cientistas puderam ter uma visão detalhada da região. Rostain destacou que o LiDAR proporcionou uma compreensão abrangente do tamanho e da complexidade das estruturas antigas, revelando uma “teia completa” de estradas antigas. Em outras palavras, o LiDAR atuou como uma ferramenta decisiva, sendo considerado a “cereja do bolo” do estudo.

Evolução habitacional

O estudo aponta que as primeiras comunidades, há cerca de 3.000 anos, viviam em pequenas casas dispersas pela região. Com o tempo, especialmente entre 500 a.C. e 300 a 600 d.C., houve uma evolução significativa na forma de habitação.

Culturas como as Kilamope e Upano começaram a construir montes e casas em plataformas de terra. Estas eram geralmente organizadas ao redor de praças centrais, mostrando um avanço na engenharia e no planejamento urbano.

Estruturas bem organizadas

Algumas das áreas descobertas eram muito semelhantes a comunidades. Muitas dessas comunidades eram cercadas por fossos para proteção, e até mesmo estradas próximas apresentavam bloqueios. Isso indica que essas pessoas talvez enfrentassem perigos, tanto de invasores quanto de desentendimentos internos.

Até mesmo os lugares mais afastados estavam conectados por trilhas e uma rede bem organizada de estradas retas, com calçadas nas laterais. Entre essas construções, os pesquisadores encontraram áreas que eram usadas para agricultura, com sistemas de drenagem e terraços.

Essas áreas agrícolas também eram acessíveis por caminhos a pé. O Arqueólogo Rostain, se referiu a essas descobertas como “cidades-jardins”, o que mostra uma nova visão sobre a Amazônia. Ele sugeriu que devemos repensar a ideia de que os povos indígenas da floresta tropical eram apenas tribos nômades.

“Temos que pensar que todos os indígenas da floresta tropical não eram tribos seminômades perdidas na floresta em busca de alimento. São uma grande variedade, diversidade de casos e alguns também foram com um sistema urbanístico, com uma sociedade estratificada”, disse.

Na verdade, havia uma grande variedade de culturas, algumas com sistemas urbanos bem desenvolvidos e uma sociedade organizada.

A estrutura dessas cidades indica que havia um conhecimento avançado de engenharia naquela época. Essa ideia acaba indicando que a Amazônia não era apenas uma floresta virgem, mas sim um lugar com uma história rica e complexa. Para finalizar, Rostain comparou a Amazônia pré-colombiana a um “ninho de formigas”, sugerindo que era um lugar cheio de atividade e vida.

Fonte: CNN Brasil

você pode gostar também

Comentários estão fechados.