Cientistas descobrem superpredador gigante mais antigo que dinossauros
Encontrado na Namíbia, na África, o animal está sendo chamado por alguns pesquisadores de ‘salamandra dos infernos’.
Muito antes dos dinossauros dominarem a Terra, nosso planeta já havia passado por diversas eras repletas de formas de vida fascinantes.
Durante o período Cambriano, há cerca de 541 milhões de anos, ocorreu a “explosão cambriana”, uma rápida diversificação de organismos multicelulares.
Depois, vieram os períodos Ordoviciano, Siluriano e Devoniano, marcados pelo surgimento dos primeiros vertebrados, plantas terrestres e insetos.
No entanto, foi no período Permiano, há aproximadamente 299 a 252 milhões de anos, que fatores ambientais, como mudanças climáticas e eventos de extinção em massa, criaram condições propícias para o surgimento dos répteis gigantes que antecederam os dinossauros.
Tais fatores incluíram ainda variações no nível do mar, erupções vulcânicas e flutuações na temperatura global.
Antes do famoso Tyrannosaurus rex e dos imponentes saurópodes de pescoço comprido, existiram criaturas como os sinapsídeos e terapsídeos, antecessores dos mamíferos modernos.
Recentemente, foi descoberto na Namíbia um desses antigos habitantes da Terra: o Gaiasia jennyae, apelidado informalmente de “salamandra dos infernos” ou “monstro do pântano”.
O predador dominou grande parte do antigo supercontinente Gondwana, sendo um superpredador do período Permiano.
As características do Gaiasia jennyae
Ilustração da antiga criatura – Imagem: Gabriel Lio/Reuters/reprodução
O Gaiasia jennyae era uma criatura com um crânio largo e achatado que lembrava a forma de um vaso sanitário, de acordo com os paleontólogos que descobriram os fósseis.
Seus dentes eram entrelaçados, criando uma espécie de rede que facilitava a captura de presas.
Com um ângulo de abertura da mandíbula excepcionalmente grande, o Gaiasia podia literalmente sugar suas vítimas, aproveitando a pressão negativa gerada pela abertura rápida da boca.
Seu corpo robusto e musculoso indicava que era um caçador ágil e eficiente. As patas fortes permitiam-lhe mover-se rapidamente em terrenos pantanosos, onde provavelmente emboscava presas desavisadas.
Sua pele espessa e escamosa fornecia proteção contra predadores e elementos ambientais.
Localização e contexto da descoberta
Fóssil da criatura – Imagem: Claudia A. Marsicano/Reprodução
O Gaiasia jennyae foi descoberto na Namíbia por uma equipe de arqueólogos liderada pela Dra. Claudia Marsicano.
O nome “Gaiasia” homenageia o local onde ele foi achado, enquanto “jennyae” foi escolhido em homenagem à pesquisadora Jenny Clack, uma renomada paleontóloga.
A descoberta foi detalhada em um artigo publicado na prestigiada revista Nature, destacando a importância do achado para a compreensão da biodiversidade do período Permiano.
Os fósseis indicam que o Gaiasia era um predador dominante em seu ambiente, alimentando-se de peixes, anfíbios menores e outros pequenos vertebrados que habitavam os pântanos de Gondwana.
O período Permiano e sua importância
O Gaiasia jennyae viveu durante o período Permiano, uma época de grandes transformações geológicas e biológicas, como citado anteriormente.
Esse período foi marcado pela formação do supercontinente Pangeia e pela maior extinção em massa da história da Terra, conhecida como a Extinção Permo-Triássica, que eliminou cerca de 90% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres.
A descoberta do Gaiasia jennyae oferece insights valiosos sobre a vida antes dessa extinção catastrófica e ajuda a preencher lacunas no entendimento da evolução dos ecossistemas pré-dinossauros.
Estudar essa criatura e seu ambiente proporciona uma melhor compreensão de como os répteis gigantes, que eventualmente dariam origem aos dinossauros, evoluíram e se diversificaram.
* Com informações de Reuters, Nature e BBC News Mundo.
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