Cientistas preveem quando os eclipses solares vão acabar
Pois é, esse espetáculo parece ter um prazo de validade.
O eclipse solar é um dos fenômenos mais impressionantes da natureza, ocorrendo quando a Lua se posiciona entre a Terra e o Sol, bloqueando total ou parcialmente a luz solar.
Como não poderia deixar de ser, tal evento espetacular é apreciado por milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo um momento de grande admiração e fascínio.
Inclusive, recentemente eclipses solares têm atraído multidões, como os ocorridos em 2017 e 2019, proporcionando espetáculos inesquecíveis.
No entanto, cálculos científicos recentes confirmam uma tendência há muito especulada: a Lua está se afastando da Terra. O afastamento gradual significará, eventualmente, o fim dos eclipses solares.
A Lua está mesmo se afastando da Terra?
O conceito de que a Lua se distancia da Terra tem a ver com um fenômeno conhecido como recuo gravitacional.
O recuo tem sido observado desde o final do século 19 e foi confirmado durante a corrida espacial, quando as primeiras missões bem-sucedidas à Lua permitiram medições mais precisas.
E foi no início dos anos 70 que ficou confirmado que a Lua está recuando a uma taxa de aproximadamente 3,8 cm por ano.
Com base nessas observações, cientistas preveem que dentro de algumas centenas de milhões de anos, a Lua terá se afastado o suficiente para não mais cobrir completamente o Sol, o que significa que os eclipses solares totais deixarão de ocorrer.
No máximo, teremos eclipses anulares, em que a Lua não cobre totalmente o disco solar, formando um anel de luz ao redor.
Segundo cálculos científicos, tal cenário deve ocorrer daqui a cerca de 620 milhões de anos, levando em consideração variações na órbita da Terra em relação ao Sol. Portanto, enquanto houver humanidade, ainda haverá eclipses solares totais.
Eclipses solares totais ocorrem quando a Lua cobre totalmente o Sol, impedindo a luminosidade solar – Imagem: reprodução
O quão precisos são esses cálculos?
Segundo Mattias Green, oceanógrafo da Universidade Bangor, no País de Gales, os cálculos referentes ao afastamento da Lua em relação à Terra não são exatos.
“Ele [o afastamento] é afetado por uma série de parâmetros, incluindo a duração de um dia na Terra, a profundidade das bacias oceânicas e a disposição de nossos continentes, que mudam com o tempo. É muito simplista achar que esse ritmo vai continuar sempre igual”, afirmou Green.
Corroborando essa visão, Brian Arbic, oceanógrafo físico da Universidade de Michigan, acredita que o recuo da Lua em relação à Terra deve diminuir, o que adia ainda mais esse “fim” dos eclipses solares totais.
“Se eu tivesse de dar um palpite, diria que as marés futuras ficarão mais fracas; com isso, o recuo vai se tornar mais lento, o que proporcionará ao nosso planeta mais oportunidades de aproveitar sua sombra umbral”, declarou.
Então, os eclipses vão continuar?
Muitos especialistas afirmam que “o pior momento” de afastamento da Lua já passou, indicando que a taxa de recuo deve diminuir.
De qualquer maneira, seja uma ou outra a teoria correta, estamos falando de milhões de anos no futuro.
Além disso, um eventual fim dos eclipses solares totais não deve afetar tanto assim a Terra. Até lá, ainda teremos muitas oportunidades de apreciar esse incrível espetáculo da natureza.
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