Cinco profissões podem ser extintas pela Revolução Digital!
Carreiras bancárias estão entre aquelas que podem deixar de existir até 2050 graças às transformações ocasionadas pela inteligência artificial e robotização.
Você se lembra do desenho animado dos Jetsons, uma família que vive em um futuro totalmente automatizado, com uma funcionária robô, carros voadores e cidades suspensas?
Ok, estamos em pleno século XXI e muito do idealizado pela série não se concretizou. Ainda. Com os caminhos tomados pela Revolução Digital, o mundo se vê transformado pela robotização e uso crescente da inteligência artificial.
O que, para muitos, é motivo de empolgação, para outros significa angústia e preocupação. Isso porque, conforme estudos do Instituto Sapiens, pelo menos cinco profissões correm o risco de extinguir até 2050 graças à revolução tecnológica.
Nisso, mais de dois milhões de pessoas podem ver seus empregos desaparecerem nos próximos anos. Aliás, trata-se de uma tendência que já enxergamos, a partir da automatização de vários serviços, antes, realizados por seres humanos.
Mas, será que a sua carreira está entre aquelas que podem se tornar uma mera lembrança de um passado não muito distante?
Profissões podem desaparecer nos próximos anos
O Instituto Sapiens baseou suas pesquisas nos dados fornecidos pelo DARES, um serviço de estudos estatísticos do Ministério de Trabalho da França. Primeiro, buscou os empregos com maior tendência à automatização. Em seguida, verificou a lista de profissões que mais perderam vagas de emprego.
A partir disso, calculou projeções a partir de duas hipóteses – linear e otimista; e exponencial e pessimista. A última considera tendência acelerada no fechamento de vagas. Apoiando-se nessas referências, os pesquisadores observaram que as áreas de contabilidade, caixas, bancos e seguradoras, secretárias e agentes de manutenção poderão ser afetadas pelas mudanças trazidas pela revolução digital.
Nos bancos, por exemplo, a empregabilidade caiu cerca de 40% entre 1986 e 2016 podendo, então, desaparecer por completo até 2050. Para os contadores, a estimativa ainda é um pouco mais longa – eles podem não existir mais até 2056.
Mesmo que os dados pareçam assustadores, o intuito do estudo não é provocar alarme mas, a consciência de algo precisa ser feito.
Erwann Tison, economista e diretor do Instituto Sapiens, aponta que as “consequências da revolução digital são reais e precisam ser levadas a sério desde já. Se não fizermos isso, não conseguiremos antecipar as mudanças que já estão acontecendo. Isso pode ser um desastre para uma grande parte da população”.
O economista segue afirmando que o estudo mostrou cinco áreas que serão afetadas pela Revolução Digital e, assim, a sociedade busque, coletivamente, soluções para que estas pessoas consigam reconversão profissional.
Falta de preparo para o futuro
Em reportagem publicada no Portal G1, o professor e criador do MBA de Gestão da Mudança e a Transformação Digital para o Conselho Nacional da Indústria Brasileira, Gil Giardelli, considera os resultados alarmistas. E, apesar das pesquisas apontarem para o fim de vários empregos, o profissional tem outro ponto de vista.
Segundo ele, “na verdade, teremos uma sociedade com menos tempo de trabalho por dia, com muitas empresas que já estão adotando semanas com quatro dias de trabalho, jornada de menos horas”. Porém, Giardelli reconhece caminhos árduos a serem traçados nos próximos anos, especialmente, devido à academia.
O professor aponta que os cursos não conseguem acompanhar o processo de mudança tecnológica, além de não haver tempo de preparar as pessoas para isso. A situação traz uma previsão de tempos difíceis nas próximas três décadas. A impressão de Giardelli é corroborada com Tison, do Instituto Sapiens.
O economista relata que, no curso de Medicina, por exemplo, faltam matérias relacionadas à robótica na grade curricular. Ignorar a influência da tecnologia na profissão é tratado como um crime pelo pesquisador. “Pois hoje há, por exemplo, o Google que criou uma inteligência artificial, que permite fazer diagnósticos de câncer 30 vezes mais assertivos que os humanos”, frisa.
Parecendo responder ao comentário de Giardelli sobre as tendências alarmistas do estudo, Tison reconhece que, ao mesmo tempo em que a Revolução Digital desaparece com empregos, faz muitos outros aparecerem. Ademais, afirma que o ofício da previsão é complicado, justamente, por nem sempre se confirmar.
Porém, ao que tudo indica, as transformações já estão acontecendo e, cabe à sociedade, preparar-se para elas.
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