Combate a crimes no Discord: Força-tarefa lança canal de denúncias por e-mail

O Discord, um aplicativo de comunicação popular entre os jovens, tem sido alvo de investigações devido à presença de canais que promovem conteúdos relacionados ao nazismo, ao racismo, à pedofilia e à exploração sexual.

Embora seja amplamente utilizado por gamers para se comunicar durante jogos online, o aplicativo tem sido explorado por criminosos para disseminar conteúdos violentos.

Recentemente, descobriu-se uma ação criminosa surgindo através de adolescentes que coagiam jovens garotas a se mutilarem, além de serem submetidas a “estupro virtual”.

Semelhante ao WhatsApp, o Discord oferece recursos de chat de voz, texto e vídeo, permitindo que os usuários participem de diferentes salas de conversa com amigos ou até mesmo desconhecidos. Era em reuniões como essas que os adolescentes se juntavam para agir de forma criminosa.

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) anunciou a disponibilidade de um endereço de e-mail para vítimas registrarem denúncias contra atos ilícitos de intolerância e misoginia na plataforma mencionada.

As denúncias serão acolhidas e ouvidas pelo órgão por meio do endereço nai.intolerancia@mpsp.mp.br objetivando os culpados dos crimes que acontecem virtualmente.

Discord vira alvo da Justiça brasileira

O procurador-geral de Justiça Mario Sarrubbo, na resolução em que estabeleceu a força-tarefa, expressa preocupação com o fato de que crianças e adolescentes do sexo feminino estão sujeitos a práticas sexuais abusivas em plataformas de aplicativos, redes sociais e jogos eletrônicos online.

Foi constatado que, nessas plataformas, conteúdos ilícitos são expostos aos usuários por meio de bate-papo.

Maria Fernanda Balsalobre Pinto, integrante do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi), ressaltou a importância de reconhecer que os atos cometidos na plataforma Discord não significam apenas desafios de adolescentes, mas trata-se de um crime.

Ela enfatizou que a maioria dos delitos é encabeçada por adultos que se aproveitam da vulnerabilidade da plataforma em relação aos jovens para disseminar atrocidades.

Até o momento, o MPSP não divulgou mais detalhe sobre o andamento de possíveis investigações a respeito de denúncias feitas através do novo canal.