Combustão humana espontânea: um mistério que nem a ciência explica

Intrigante fenômeno da combustão humana espontânea tem muitas teorias e ceticismo ao longo dos séculos.

A combustão humana espontânea é um mistério que intriga cientistas há séculos. O fenômeno peculiar, em que corpos humanos parecem pegar fogo sem fonte externa, desafia explicações lógicas.

Ao longo da história, casos enigmáticos foram registrados, levantando debates entre ciência, superstição e ficção.

Combustão humana espontânea ocorre quando o corpo pega fogo sem uma causa externa que gere as chamas – Imagem: reprodução

Primeiros relatos sobre combustão humana

O primeiro registro documentado remonta a 1470, envolvendo Polonus Vorstius, um cavaleiro italiano que teria explodido em chamas.

No entanto, foi apenas em 1667 que o médico dinamarquês Thomas Bartholin oficialmente registrou o caso em seu livro sobre condições raras.

O termo “ato de Deus” foi usado para descrever o fenômeno em 1725, quando um tribunal absolveu um homem acusado de matar sua esposa, Nicole Millet, atribuindo sua morte à combustão espontânea. O julgamento abriu caminho para mais relatos e investigações.

Seis anos depois, em 1731, uma condessa italiana também teria sucumbido ao mesmo destino e, em 1744, um caso semelhante ocorreu na Inglaterra.

Teorias científicas sobre o fenômeno

O padrão observado nesses casos incluía o consumo de álcool. Uma hipótese levantada na revista As Transações Filosóficas da Sociedade Real de Londres sugeria que a mistura de gases intestinais e álcool poderia provocar incêndios internos.

Já no século XIX, Charles Dickens popularizou a ideia ao incorporá-la em seu romance ‘A Casa Soturna’, o que tornou a teoria em uma explicação científica quase definitiva.

O efeito pavio e outras explicações

Porém, a hipótese dos incêndios internos por consumo de álcool nunca chegou a ser cientificamente conclusiva. Por isso, outras teorias surgiram para explicar esse tipo de evento.

Uma delas é o “efeito pavio”, que sugere que a gordura corporal alimenta a combustão interna, preservando partes como mãos e pés. Experimentos do Dr. John de Haan validaram essa hipótese usando tecidos animais.

O pesquisador Brian J. Ford propôs que níveis elevados de acetona, resultantes do estado de cetose, tornam o corpo inflamável.

Além disso, foram sugeridas como causas potenciais fenômenos atmosféricos, como os raios globulares. Estes são esferas flutuantes de luz de dimensões variadas (de milímetros a metros), com a mesma origem de um relâmpago, mas com duração maior.

Casos modernos e investigação

Em 1951, Mary Reeser, da Flórida, foi inicialmente considerada uma vítima de combustão espontânea, mas investigações do FBI desmentiram essa conclusão.

Já em 1974, Jack Angel alegou ter sobrevivido a um evento assim; no entanto, uma análise revelou que suas queimaduras foram causadas por água quente.

Em 2010, na Irlanda, a morte de Michael Faherty reacendeu o debate quando o legista atribuiu sua morte à combustão espontânea, destacando a complexidade desse enigma.

Os avanços científicos permitiram que novas teorias fossem propostas, mas sem consenso definitivo.

O fenômeno da combustão humana espontânea continua a capturar a imaginação de muitos, deixando uma pergunta sem resposta: será este um mistério que a ciência algum dia conseguirá desvendar?

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