Como garantir a clareza textual

Preferir a ordem direta, empregar um vocabulário preciso e objetivo, evitar períodos longos e eliminar abreviaturas e siglas empregadas de maneira desnecessária estão entre os elementos que garantem uma boa clareza textual.

Escrever um bom texto pode ser um desafio e tanto para a maioria de nós, não é mesmo? Ajeitar as palavras no papel requer uma habilidade linguística que infelizmente nem todos temos, embora sejamos falantes hábeis, ótimos comunicadores na modalidade oral. Essa dificuldade é ainda maior para aqueles que não cultivam o hábito da leitura, hábito que inquestionavelmente facilita a organização das palavras e principalmente a elaboração das ideias que devem habitar um texto, sobretudo os textos do tipo dissertativo (olá, Enem!).

Apesar das dificuldades inerentes ao processo de escrita, existem algumas técnicas de redação que possibilitam que até mesmo quem não tem lá muita intimidade com a escrita faça um bom texto. Conhecer essas técnicas pode fazer toda a diferença na hora da prova, por isso hoje falaremos sobre um elemento imprescindível na modalidade escrita: a clareza textual. A clareza textual é indispensável para que a mensagem seja elaborada de forma compreensível, respeitando assim o princípio da inteligibilidade.

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A clareza textual está intrinsecamente relacionada à coerência e à coesão textual, recursos que não devem faltar em um bom texto. Esse elemento tão importante diz respeito à maneira como as ideias são organizadas a fim de que o objetivo final seja atingido: a compreensão textual. Por isso, o site Escola Educação elaborou dicas infalíveis sobre o tema, dicas que ajudarão você a transmitir seus argumentos e ideias de forma objetiva e eficiente. Siga as instruções e elimine os erros que comprometem a interpretação de um texto. Boa leitura e bons estudos!

Dicas para a clareza textual

  1. Fique por dentro do tema

Se for uma redação para concurso ou vestibular, certamente você não saberá o tema antes de ter a prova em mãos, mas é possível se preparar ao longo do ano mantendo em dias a leitura. Vale qualquer leitura, sobretudo de textos informativos veiculados em revistas, jornais impressos e conteúdos virtuais cujas fontes sejam confiáveis. Não dá para negar que o domínio sobre o assunto abordado em um tema de redação influi diretamente na clareza da escrita, portanto, leia mais, leia sempre! Se forem disponibilizados textos motivadores, leia-os com cuidado e tente aproveitar ao máximo as informações; assim, mesmo que você não tenha tanto conhecimento sobre o tema proposto, terá condições de fazer uma argumentação, no mínimo, razoável.

  1. Períodos longos x períodos curtos

Sempre que possível, opte por períodos curtos. Para obter esse feito, você deverá pontuar mais. Vale lembrar que frases longas, cheias de períodos, costumam confundir o leitor e até mesmo quem está escrevendo, já que pode atrapalhar na sequenciação de ideias e argumentos. Essa sequenciação lógica depende fundamentalmente da organização sintática das frases, por esse motivo, fique esperto para não errar e assim prejudicar a construção da coerência de seus textos.

  1. Cuidado com a pontuação

Como já dissemos no item anterior, a coerência e a coesão dependem da pontuação adequada, que garantirá também períodos mais curtos e objetivos. Não se esqueça de que a construção de sentidos de um texto depende muito dos sinais de pontuação, como vírgulas e pontos-finais. Quando um texto prescinde desse elementos, prescinde também da interpretação textual, o que deixará o leitor confuso e desestimulado para levar adiante a leitura.

  1. Ordem direta x inversões sintáticas

As inversões sintáticas são recursos estilísticos que funcionam bem na linguagem literária, em poemas, contos, romances, crônicas entre outros textos que privilegiem a escrita como forma de manifestação artística. Nos textos não-literários, prefira sempre a ordem direta, cuja construção sintática obedece à regra sujeito + verbo + complemento. Ao privilegiar a ordem direta você estará privilegiando também a clareza textual.

  1. Evite abreviaturas e siglas

Esse é um item que nem deveria entrar em pauta por motivos óbvios, claro. Abreviaturas e siglas, quando empregadas de maneira desnecessária, prejudicam o entendimento do texto, afinal de contas, se elas não estiverem de acordo com as normas da língua portuguesa dificilmente serão compreendidas pelo leitor que não conheça determinado termo em sua forma reduzida. As abreviações são muito empregadas quando precisamos nos comunicar de maneira dinâmica, sobretudo nas situações de interação verbal desenvolvidas na internet, mas na modalidade escrita e principalmente nos textos dissertativos, elas devem ser evitadas.

  1. Subjetividade x objetividade

A subjetividade é um recurso expressivo da linguagem muitíssimo bem-vindo nos textos literários, que não apresentam compromisso com a objetividade. Contudo, ela deve ficar restrita à linguagem literária, uma vez que subjetivismos geralmente revelam estados emocionais, característica que compromete a clareza textual.

  1. Uso do vocabulário

Muitas pessoas acabam confundindo e utilizando palavras rebuscadas achando que essa é uma competência a ser desenvolvida na redação. É ótimo poder contar com um vocabulário diversificado, até porque essa é uma habilidade que mostra bagagem cultural, além de auxiliar na coerência e na coesão, mas é preciso ficar atento para não lançar mão de termos obsoletos e obscuros que possam prejudicar a clareza textual. Uma palavra mal empregada já é o suficiente para confundir o leitor, especialmente o leitor médio, que nem sempre possui tanta intimidade com a leitura. Escolha cuidadosamente cada palavra e, principalmente, evite aquelas cujo significado não esteja muito claro para o leitor e para você também.

Luana Alves
Graduada em Letras

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