A história por trás das Barbies: desde a ideia rejeitada até a versão final
Ruth Handler criou as Barbies propondo características únicas em uma boneca no mercado na década de 1950, modificando todo o cenário.
Os brinquedos das décadas de 1940 e 1950 refletiam as condições de vida da época. Entre as muitas opções conservadoras disponíveis no mercado, como carrinhos movidos a gás ou mini máquinas de refrigerante para crianças brincarem, surgiu uma proposta inovadora e diferente do que se esperava.
Essas formas de diversão foram expostas em uma Feira de Nova York em 1959, que era popular e tradicionalmente conhecida. Foi neste evento que os fabricantes de brinquedos tentaram lançar uma nova moda para ganhar espaço nas prateleiras comerciais. A Feira de Brinquedos de Nova York é uma tradição antiga que ainda continua viva nos dias atuais.
Como destaque na feira, a Mattel, fábrica de brinquedos fundada em 1944, chamou a atenção do público e do New York Times ao lançar um foguete de plástico que podia subir até 60 metros. A genialidade do brinquedo é ainda mais evidente quando consideramos o contexto histórico, pois naquela época a corrida espacial era um grande marco da história.
Além do foguete, a Mattel esperava que outro brinquedo também pudesse conquistar a notoriedade. Na verdade, o desejo surgiu no coração e nas expectativas de Ruth Handler, vice-presidente da empresa. Ela criou bonecas como se estivessem em uma fase de transição, saindo da adolescência para encarar a vida adulta.
Os detalhes contavam com um maiô estampado de zebra, vestido de noiva e óculos escuros, um tanto diferente para as bonecas que existiam naquela época. Nas prateleiras, quem dominava eram as bonecas semelhantes aos bebês. Apesar de grande motivação de Ruth, as futuras Barbies não vingaram, e o maior produtor da época visitou a feira e não solicitou nenhuma.
“Barbie” deriva do nome Bárbara, a filha mais velha de Ruth, uma inspiração para a criação. Os homens que foram analisar as novidades da feira tinham a certeza de que as bonecas não iriam vingar, justificando que uma boneca com seios e silhueta não seria bem-recebida naquela época.
Barbie não deu certo de início, mas hoje atinge venda milionária anual
Em 1956, Ruth encarou uma proposta semelhante à sua criação, mas de uma forma erótica. Embora fuja do que pensou para as prateleiras no projeto inicial, a ideia completamente distorcida foi um estopim para ela pensar em uma nova estratégia de produção. A profissional percebeu que fabricar roupas e acessórios à parte iria conquistar a atenção do público-alvo.
E não é que o diferencial da Barbie são as trocas de roupinhas? Após se deparar com uma proposta totalmente diferente da sua, Ruth decidiu recriar sua proposta inicial e contou com ótimos profissionais, que puderam garantir uma supervisão inédita. O rosto sexualizado da boneca erótica foi suavizado, dando o foco totalmente para as roupas mais variadas das bonecas.
A Barbie estreou na televisão em forma de comercial, após longa pesquisa de Ruth e da Mattel, para fazer com que o produto fosse aceito no mercado. O lançamento da nova ideia aconteceu em 1959, quando a boneca foi exposta como alguém que sabia praticar esportes, vivia uma vida saudável e vestia roupas bonitas.
Afinal, qual adolescente em fase de transição não deseja ser assim? Fez parte da estratégia de Ruth contratar um psicólogo para investigar a vida das mães e das adolescentes da época, contando como parte essencial da projeção de uma nova boneca.
Ainda no ano de lançamento, a Mattel vendeu 350 mil unidades da Barbie. Atualmente, os números são superiores a 58 milhões de vendas anuais, o equivalente a um pouco mais de 100 Barbies vendidas por minuto. Os indicativos de Ruth deram certo, e a resposta negativa inicial nem sequer foi cogitada quando o sucesso simplesmente explodiu.
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