Conheça as ‘sementes zumbi’ de 144 anos que ainda germinam

Mesmo após servirem a um estudo realizado em 1879, as sementes ainda parecem estar ‘vivas’. Saiba tudo!

Há exatos 144 anos, o botânico William Beal enterrou algumas sementes em um estudo para checar a sua longevidade. A pesquisa foi conduzida na Universidade do Michigan.

Em um novo estudo realizado recentemente por especialistas da mesma universidade, as sementes enterradas por Beal em garrafas foram trazidas à tona novamente. Para surpresa geral, quando elas foram plantadas pôde-se constatar que elas ainda estavam germinando corretamente.

Os resultados dessa pesquisa não apenas comprovam as teorias do antigo botânico, como também abriram precedentes para a listagem de espécies de plantas resistentes ao tempo.

“É incrível que algo tão velho ainda possa crescer”, disse o botânico Frank Telewski, também da Universidade do Michigan.

Sementes antigas germinando após serem plantadas. (Imagem: Derrick Turner/Michigan State University/American Journal Of Botany/reprodução)

Detalhes do experimento feito por William Beal

Em 1879, William Beal enterrou 20 garrafas, com cada uma contendo 1 mil sementes de 21 espécies diferentes.

Na ocasião, o botânico colocou as garrafas com as tampas viradas para baixo, a fim de que a umidade não penetrasse de forma direta no interior dos recipientes.

A maioria das sementes enterradas eram de ervas daninhas, pois o objetivo primário de Beal era descobrir a resistência dessas plantas, a fim de dar parâmetros a agricultores para a luta contra pragas em plantações.

Das sementes enterradas, a maioria (cerca de 95%) morreram. Porém, dentre as “sementes zumbi” que permanecem ativas a espécie Verbascum ou Verbasco se destaca.

Grace Fleming, bióloga da Michigan University, comentou esse fato. “O trabalho de genética molecular confirmou os fenótipos que vimos, que é que as plantas eram Verbascum blattaria, ou “verbasco da traça”, e um híbrido de Verbascum blattaria e Verbasco thapsus, ou “verbasco comum””, disse.

Momento exato em que as garrafas com as sementes foram desenterradas. (Imagem: Derrick Turner/Michigan State University/American Journal Of Botany/reprodução)

O estudo ainda não acabou

Das 20 garrafas originalmente enterradas por William Beal, quatro ainda não foram desenterradas ou abertas. Isso só deve ocorrer em 2100.

Noutras palavras, o experimento só será realmente finalizado quando completar 221 anos de idade. Enquanto isso, ninguém poderá sequer tocar nas garrafas.

O ecologista Lars Brudvig, outro associado da Universidade do Estado de Michigan, deu o tom sobre a importância real do estudo iniciado em 1879.

“Nos mais de 140 anos desde o início do experimento, a questão da longevidade do banco de sementes ganhou nova relevância, inclusive para a conservação de espécies raras e a restauração de ecossistemas; por exemplo, plantações de pradarias em antigas terras agrícolas”, afirmou.

* Com informações de Science Alert e American Journal of Botany

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