Consumir abacaxi na antiga Grã-Bretanha era como 'comer uma bolsa Gucci'; entenda
A fruta que você come todos os dias após o almoço era um item de luxo e reservado apenas aos mais abastados na antiga Europa. Saiba mais sobre essa curiosa história!
Você gosta de abacaxi? Além de ser uma fruta extremamente saborosa e nutritiva, ela é um produto de fácil acesso. Podemos encontrá-la em feiras e supermercados sem problema algum – e, muitas vezes, até mesmo descascada. Porém, nem sempre foi assim, você sabia?
Na antiga Grã-Bretanha, por exemplo, a fruta tropical era considerada um artigo de luxo e representava máximo prestígio. Tanto que ela adorna o topo das torres ocidentais da Catedral de St. Paul, em Londres, até os dias de hoje.
Naquela época, o abacaxi era importado de muito longe até chegar àquele país. Inclusive, eram dados de presente para a realeza, como mostra uma antiga pintura, datada do século XVII, do artista Henrick Danckerts.
Na imagem, um jardineiro real está ajoelhado oferecendo um abacaxi ao rei Charles II. Veja:
(Foto: Domínio público)
Vamos descascar esse abacaxi?
Acredita-se que essa pintura tenha sido encomendada pelo próprio rei, conforme publicado pelo site da CNN Brasil. O veículo entrevistou Francesca Beauman, autora do livro “The Pineapple: King Of Fruits”, que conta a história do abacaxi.
A teoria mais aceita é a de que o abacaxi da pintura foi enviado ao rei Charles II diretamente de Barbados. Os exploradores do Novo Mundo enchiam a boca (com o perdão do trocadilho) para falar o quanto a fruta era deliciosa, e isso acabou despertando a curiosidade das pessoas.
Fala-se que, quando Charles II experimentou a “casa do Bob Esponja” pela primeira vez, em 1668, durante um banquete oferecido pelo embaixador francês, ele suspirou de tanta admiração.
Pra inglês ver
O que vamos contar pode ser curioso, mas o abacaxi raramente era usado como comida. De acordo com Francesca Beauman, ele era muito usado como presente e também exibido nas mesas de jantar como símbolo de status. Eles deixavam lá até começar a apodrecer. Depois jogavam fora.
De acordo com a escritora, tem casos até mesmo de aluguel de abacaxi. As pessoas pegavam a fruta por algumas horas, para ir a uma festa ou compromisso similar, e depois devolviam ao dono original.
Foi mais ou menos em 1770 e 1780 que a fruta começou a ser usada na arquitetura – sobretudo em portões. Era uma forma de as famílias mais abastadas “marcarem território”.
Quando a fruta começou a ser importada em grandes quantidades, em 1820, deixou de ser luxo. De acordo com a escritora, 200 mil abacaxis eram descarregados nas docas de Londres naquela época.
E, algum tempo depois, com a refrigeração e o enlatamento, todo mundo pôde ter um desses em casa e acabou-se o reinado de mais de 150 anos da fruta.
Dê valor ao seu abacaxi na fruteira e pense em toda essa história da próxima vez que comprá-lo no mercadinho da sua rua!
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