Controlar a sensibilidade e resistir à dor: há uma justificativa plausível e foi descoberta por especialistas
Resistir a um momento doloroso e controlar a dor é algo que apenas alguns humanos conseguem alcançar. Há uma explicação científica que comprova o fenômeno.
O mercado farmacêutico oferece infinitas opções para o tratamento de dor. Os estudos revelaram que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com dores crônicas, e muitos desses casos dispensam tratamento. Ingerir remédios com frequência, por causa das dores, pode gerar dependência química e ocasionar outras reações ao corpo.
Foi buscando uma nova alternativa para os analgésicos que os especialistas do Laboratório Especial de Dor e Sinalização (LEDS) do Instituto Butantan descobriram uma mutação genética do TRPV1. O receptor celular é conhecido por captar a ardência da pimenta e de estímulos que podem causar dano, fazendo com que o corpo não sinta os estímulos.
A mutação descoberta garante que as pessoas percam a sensibilidade da dor.
Mutação genética e resistência à dor
A Fepesp apoiou a pesquisa que foi divulgada no The Journal of Clinical Investigation, firmando parceria com o Hospital Universitário de Münster, da Alemanha, e com as universidades Emory e Stanford, as duas dos EUA. O conhecimento prévio dos estudiosos fez referência ao estudo popular sobre as aves.
Coincidentemente, as aves não contam com estímulos danosos e não sentem o estímulo de alimentos picantes por conta da mutação TRPV1.
A comparação foi feita por uma investigação do genoma do animal e da sequência genética do receptor TRPV1 para tentar localizar a semelhança com o genoma humano. Identificaram cinco aves com a mutação que fazia referência à resistência à dor.
As amostras coletadas foram investigadas por microscópio eletrônico, concluindo que a mutação genética acontece em uma pequena parte do aminoácido K710. Havia um controle da abertura e do fechamento do canal da proteína TRPV1. Os estudos das células foram comprovados em camundongos com a técnica que confirmou o caso.
O TRPV1 funciona como um agente contra a dor e também estabelece limites a outros estímulos. Os estudos seguem a fim de controlar a função do receptor e tentar chegar ao limite do controle da dor.
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