Corais podem estar escondendo grande mistério sobre lixo plástico em oceanos
Uma nova pesquisa revela que corais armazenam microplásticos, oferecendo uma explicação para o desaparecimento do lixo plástico nos oceanos.
A maior parte do lixo plástico que chega aos oceanos aparenta desaparecer de forma misteriosa. Oceanógrafos e biólogos têm investigado esse enigma por anos e, recentemente, um estudo inovador trouxe novas perspectivas sobre o destino desses resíduos.
Conduzido pelo Centro de Estudos para Plástico Oceânico, a análise foi uma colaboração entre a Universidade de Kyushu, no Japão, e a Universidade de Chulalongkorn, na Tailândia.
Os pesquisadores descobriram que os corais absorvem microplásticos, o que oferece uma possível explicação para o desaparecimento do lixo plástico presente nos mares e oceanos.
O estudo, publicado no Science of The Total Environment, revelou que microplásticos se acumulam em diferentes partes dos corais.
O muco na superfície, os tecidos moles e o esqueleto de carbonato de cálcio dos corais contêm essas partículas, menores que cinco milímetros.
Mar de plástico formado na região do Mediterrâneo já tem 40 mil hectares de extensão – Imagem: reprodução
Desenvolvimento da pesquisa
O Sudeste Asiático, responsável por um terço da poluição de plástico do globo, foi o foco do estudo.
Com inovadoras técnicas de detecção, os cientistas examinaram os corais da ilha Ko Sichang, no golfo da Tailândia, e detectaram microplásticos em 27 amostras de diferentes espécies de coral.
Localização dos microplásticos
Os materiais mais comuns encontrados no oceano foram náilon, poliacetileno e PET. Dentre os 174 microplásticos descobertos:
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38% estavam no muco da superfície dos corais;
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25%, no tecido intermediário;
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37%, no esqueleto de cálcio.
Impactos e novas direções
Os esqueletos dos corais preservam microplásticos mesmo após a morte dos corais. Isso sugere que tais resíduos podem permanecer nos oceanos por séculos.
Os pesquisadores destacam a necessidade de mais estudos para entender o impacto dessa poluição na saúde dos corais.
Por fim, a pesquisa deve ser ampliada para avaliar se o fenômeno é restrito ao Sudeste Asiático ou se ocorre em outros locais. Compreender melhor essa dinâmica é crucial para abordar a poluição plástica nos oceanos de maneira eficaz.
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