Crianças autistas enxergam ilusões de ótica de forma diferente, aponta novo estudo

Em experimentação, cientistas perceberam que crianças autistas demoram para ‘resolver’ uma ilusão de ótica.

Nos últimos anos, cresceu o número de estudos que buscam identificar e mapear as características da mente de crianças autistas. Assim, foi possível perceber que esses indivíduos têm uma forma diferente de perceber o mundo por meio de seus órgãos do sentido. Isso influência, por exemplo, o modo como crianças com autismo veem ilusões de ótica.

Entenda o estudo

Pesquisadores decidiram entender como o cérebro de uma criança com autismo reage a uma ilusão de ótica. Para isso, eles apresentaram a clássica ilusão de ótica do psicólogo Gaetano Kanizsa para 60 crianças, sendo 29 delas autistas.

Exemplo de ilusão de ótica feito por Gaetano Kanizsa.

Com base em sua atividade cerebral, crianças de 7 a 17 anos, diagnosticadas com TEA, demonstraram um atraso no processamento da ilusão de Kanizsa.

Isso não significa necessariamente que os participantes não conseguiram interpretar a forma formada pelas imagens de contorno, mas sugere que seus cérebros processaram a ilusão de uma forma que não é automática.

Essas ilusões servem para avaliar como o nosso cérebro percebe os estímulos visuais por meio dos jogos de luz e sombra. Desse modo, o nosso cérebro tende a interpretar automaticamente uma perspectiva, até que outros estímulos o apresentem a outra interpretação. Porém, nunca existe uma interpretação dupla, com a leitura de ambas.

Crianças autistas não processam sensações de forma neurotípica

Diversos estudos anteriores já apresentavam dados sobre como a interpretação dos sons, imagens e toques é diferente para crianças autistas. Semelhantemente, esse estudo mostrou que a percepção de uma ilusão de ótica não acontece da forma neurotípica, como nas crianças que não têm o espectro autista.

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