Estudo comprova que pessoas com depressão têm menos chances de sentir prazer

Segundo especialistas, a depressão compromete as conexões do sistema de recompensa do cérebro.

A depressão é uma doença de caráter psiquiátrico que faz suas vítimas terem o emocional afetado, passando assim a conviver com sentimentos de desânimo constantes. Devido a isso, a região responsável por transmitir vontades e tomar decisões, conhecida como sistema de recompensa cerebral, passa a ficar comprometida. Ou seja, a capacidade de sentir prazer e satisfação também é reduzida, pois está ligada diretamente a esse sistema. Confira agora o estudo que comprovou essa relação.

A relação entre a depressão e o sistema de recompensa cerebral

Um paciente diagnosticado com depressão passa a perder o interesse por realizar atividades rotineiras, já que ele não sente mais satisfação em quase mais nada. Com isso, é possível desenvolver anedonia, condição que impossibilita o sentimento do prazer. Inclusive, a anedonia ocorre em 37% das pessoas que sofrem de depressão, situação essa que tem fortes indícios de estar ligada ao sistema de recompensa do cérebro. A partir disso, realizaram-se muitos estudos para comprovar essa ligação, porém nem todas as respostas foram esclarecidas. Entretanto, a pesquisadora Hanneke Geugies conduziu um estudo que comparava as ativações cerebrais de um grupo de pessoas com anedonia com as de outro grupo saudável. Confira agora como se deu a realização desse estudo:

Participantes e suas características

Os selecionados foram 24 adultos diagnosticados com, no mínimo, depressão leve. A comparação foi feita com outro grupo com a mesma quantidade de pessoas e com o mesmo sexo. Ademais, os participantes de ambos os grupos não tinham histórico de dependência química nem problemas neurológicos. Além disso, todos falavam holandês fluentemente e não tinham problemas de saúde que impedissem o processo de ressonância magnética.

Processo

Enquanto passavam pela ressonância magnética, os participantes tiveram de completar quatro tarefas cognitivas que os recompensavam financeiramente. Por sequência, foram apresentados indicadores de ganho de recompensa, neutralidade e perda; um quadrado azul tido como alvo e, por fim, o saldo das recompensas a cada atividade concluída. Com isso, o saldo e os indicadores ficavam visíveis por 1,5 segundo, enquanto o alvo permanecia por apenas 0,5 segundo.

O valor inicial da participação foi fixado em 10 euros, que depois seriam acrescidos às recompensas conquistadas durante a realização das tarefas.

Resultado

A partir daí, dois momentos foram observados: quando os participantes viram a recompensa inicial e quando receberam o resultado final. Consequentemente, o grupo das pessoas com depressão obtiveram atividades cerebrais reduzidas quando comparadas às do grupo saudável. Inclusive, aqueles que apresentavam anedonia também tiveram suas atividades cerebrais abaixo do “esperado”.

Devido a isso, os pesquisadores responsáveis pelo estudo concluíram que a incapacidade de sentir prazer ocorre quando a conectividade do sistema de recompensa cerebral é alterada, bem como por conta de deficiências de ativação isolada.

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