Desaparecido há um século, gigante da natureza ressurge e surpreende cientistas

Após 110 anos, antas voltam ao Rio de Janeiro, reacendendo esperanças para a biodiversidade local.

Após mais de um século sem registros, uma família de antas (Tapirus terrestris) foi avistada no Parque Estadual do Cunhambebe, no Rio de Janeiro. Esta descoberta renova as esperanças de conservação da biodiversidade na região.

As antas, também conhecidas como “jardineiras da floresta”, desempenham um papel crucial no equilíbrio ecológico ao dispersarem sementes por vastas áreas.

Marcelo Cupello, biólogo do INEA-RJ, destacou em reportagem ao g1 a importância do retorno espontâneo das antas, que indica que as matas fluminenses estão se recuperando e podem novamente abrigar grandes mamíferos. Esse fenômeno ressalta a conectividade ecológica e a capacidade de movimento dos animais na região.

Retorno espontâneo e reintrodução planejada

A origem das antas avistadas ainda é incerta, mas há a possibilidade de que tenham vindo do Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo. Essa hipótese será confirmada por análises genéticas, ajudando no planejamento de futuras estratégias de manejo e conservação desses animais.

No Parque Estadual do Cunhambebe, as condições do habitat estão melhorando, proporcionando alimento, água e refúgio às antas. Enquanto isso, na Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, um projeto de reintrodução, iniciado em 2017, já aumentou a população de antas para 20 indivíduos.

Esses dois processos, retorno espontâneo e reintrodução planejada, são complementares. Juntos, eles destacam a importância das ações de proteção e recuperação de habitat, além de mostrar o valor dos esforços humanos na conservação da fauna local.

Importância ecológica e educação ambiental

As antas são fundamentais para a regeneração de ambientes degradados. Ao consumirem frutos, elas dispersam sementes, facilitando a germinação e crescimento de novas plantas.

No entanto, para que a conservação dessas espécies seja duradoura, é essencial o envolvimento da comunidade local.

No Parque Cunhambebe, estão sendo planejados programas de educação ambiental, cuja finalidade é transformar a anta em um símbolo local. Com o engajamento comunitário, espera-se que a conservação da biodiversidade se torne uma responsabilidade coletiva, incentivando a proteção das antas.

Inspiração para a conservação

O retorno das antas ao Rio de Janeiro representa um marco ecológico e inspira esforços de restauração ambiental. A conservação de habitats e o manejo de populações são passos essenciais para que essa espécie se torne um símbolo de recuperação, refletindo o potencial de revitalização da Mata Atlântica.

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