Descoberta científica desvenda o mistério da construção das pirâmides do Egito
Devido à grandiosidade e complexidade dessas icônicas construções, elas já foram atribuídas a alienígenas e até a forças sobrenaturais.
As pirâmides do Egito são incríveis construções que vêm encantando a humanidade há milênios. Não por acaso, a grande pirâmide de Gizé, a maior de todas elas, foi uma das sete maravilhas do mundo antigo e permanece sendo a única que ainda resiste à prova do tempo. O monumento tem 145 metros de altura e precisou de 2,3 milhões de blocos de calcário que pesam 2,5 toneladas cada para ser construída.
Dentre outros motivos pelos quais essas construções icônicas fascinam as pessoas estão os mistérios por trás da sua construção. Afinal, como monumentos tão grandiosos foram construídos em uma época tão escassa de recursos de engenharia, em meio a desertos?
Para alguns teóricos, esses colossos de pedra teriam sido construídos por alienígenas do passado que visitaram o Egito, ou até mesmo por forças sobrenaturais que acabaram depois sendo endeusadas pelos habitantes da região.
Em primeiro plano, a pirâmide de Quéops. Ao fundo, a de Gizé. (Imagem: ripato/Freepik/reprodução)
E, só para efeito de informação, existem pirâmides por todo Egito, não apenas nos antigos grandes centros do país. Os monumentos de Gizé, Quéfren, Quéops e Mycerinus são apenas as maiores pirâmides, não as únicas.
Esse fato só nos comprova que a construção de pirâmides era uma prática amplamente reproduzida em todo o Egito, o que torna ainda mais impressionante os esforços de engenharia empreendidos por essa antiga civilização.
Comparativamente, é correto afirmar que mesmo que fossem construídas hoje em dia as pirâmides egípcias custariam milhares de dólares e muita mão de obra qualificada, sem contar no maquinário pesado.
Recentemente, um grupo de cientistas descobriram uma pista que pode indicar como a construção das mais de 120 pirâmides do Egito foi facilitada. E não, a descoberta não aponta a ajuda de seres de outros mundos ou dimensões. Entenda a seguir!
O Nilo, sempre ele
(Imagem: Freepik/reprodução)
Observando um conjunto de imagens de satélite, o citado grupo de cientistas descobriu nada menos que um braço extinto do rio Nilo que pode ter criado as condições necessárias para o surgimento das pirâmides.
A equipe, formada por pesquisadores de Estados Unidos, Austrália e do próprio Egito, usou imagens captadas pelo Radar de Abertura Sintética (SAR, em inglês) e foi aos locais indicados colher amostras de solo para fazer análises geofísicas.
Como resultado das análises feitas, foi confirmada a existência de um ramo extinto do Nilo chamado Rama Ahramat, que em português quer dizer literalmente “caminho das pirâmides”.
De acordo com a especialista em processamento de imagens de satélite Eman Ghoneim, da Universidade da Carolina do Norte, que liderou o estudo, a descoberta confirma uma suspeita que já existia.
Equipe de pesquisadores examina antigo leito de rio seco no planalto de Gizé. (Imagem: reprodução/internet)
Ghoneim explica que existem diversas pirâmides ao longo da margem ocidental do Nilo, hoje uma área desértica. Tal fato comprova que existiu algum curso d’água utilizado como estrada pelos construtores de pirâmide no passado.
O Rama Ahramat tinha cerca de 100 quilômetros de extensão e ia desde Fayum, um oásis no sul do Egito, até o planalto de Gizé, que fica no norte. Ou seja, esse caminho de água pode ter servido para transportar trabalhadores e materiais usados para construir as pirâmides.
Por quê Rama Ahramat desapareceu?
Os cientistas ainda não sabem quais fatores podem ter levado à extinção do antigo ramo do Nilo, mas, provavelmente, o clima árido extremo da região foi o responsável por literalmente evaporar o canal. Contudo, o fato de ele ter existido um dia já explica muita coisa.
A existência do tal “caminho das pirâmides” exclui, por exemplo, a antiga ideia de que dezenas de milhares de homens tenham arrastado os colossais blocos de calcário usados para montar as pirâmides deserto adentro. Agora, sabe-se que eles podem ter sido transportados de barco muito mais rápido e sem demandar tanto esforço.
É bem verdade que ainda não se sabe como milhões de blocos de mais de duas toneladas cada foram empilhados para formar pirâmides. Porém, agora está claro como eles eram transportados das pedreiras onde eram cortados por todo o país.
Por outro lado, ao redor do Rama Ahramat podem existir ainda outras pirâmides e até vilarejos não descobertos que surgiram a partir do conforto hídrico que o corpo d’água proporcionava.
Além disso, é certo que Rama Ahramat se conecta a diversos outros afluentes do Nilo, bem como ao tronco principal do grande rio, é claro. Isso significa dizer que no passado existiu uma imensa rede fluvial (ainda maior que a atual) que interligava todo o Egito Antigo.
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