Por que o hemisfério sul tem mais tempestades do que o norte? Estudo explica

O Hemisfério Sul inclui a maior parte da América do Sul, grande parte da África, Austrália, Nova Zelândia e várias ilhas no Oceano Pacífico e no Oceano Índico. Por alguma razão, ele possui cerca de 24% mais tempestades do que o hemisfério Norte.

Os motivos pelos quais esse padrão existe eram desconhecidos. Após muitos estudos por parte da comunidade científica em todo o mundo, ainda não se sabia exatamente por que há mais tempestades e eventos climáticos extremos e catastróficos no Hemisfério Sul do que no Hemisfério Norte.

O estudo que investigou essa questão foi publicado pelos pesquisadores no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) em outubro de 2022. A pesquisa foi liderada pela cientista climática Tiffany Shaw, da Universidade de Chicago.

Principais motivos para as tempestades

A circulação oceânica e as grandes cadeias de montanhas existentes no hemisfério norte são alguns dos motivos pelos quais há menos tempestades no norte em comparação com o hemisfério sul.

Os pesquisadores utilizaram modelos numéricos para descrever e reproduzir observações. Eles removeram várias variáveis uma de cada vez e analisaram o comportamento do sistema sem cada uma delas. Dessa maneira, eles analisaram o impacto de cada variável sobre as tempestades e grandes fenômenos meteorológicos.

Eles encontraram a topografia e a circulação oceânica como as principais variáveis. As grandes cadeias de montanhas presentes no hemisfério norte interrompem um grande fluxo de ar, reduzindo assim a formação de tempestades.

Outro fator é a circulação oceânica, na qual a água afunda do Ártico, viaja pelo fundo do oceano, sobe para perto da superfície perto da Antártica e continua a fluir nessa altura, carregando uma energia.

As mudanças climáticas estão causando não só um aumento nas tempestades, mas também uma maior simetria. De acordo com os pesquisadores, as tempestades no hemisfério norte não estão aumentando tanto quanto no hemisfério sul devido à perda de gelo, que está relacionada ao aumento da absorção de luz solar.