Concentração alarmante: 24 municípios do Cerrado lideram o desmatamento na região

Nos últimos anos foram registrados os maiores índices de desmatamento florestal na história do Cerrado, levando a 35% a mais de perda do bioma.

Entre janeiro e maio de 2023, o desmatamento no Cerrado registrou um aumento alarmante de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real).

A perda de vegetação alcançou a marca de 3.532 km² neste ano, em comparação com 2.612 km² do ano passado. Esses números representam o pior índice de desmatamento desde 2017.

Em maio de 2023, especificamente, o desmatamento cresceu significativamente, com um aumento de 83% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

A região conhecida como Matopiba, que abrange os estados do Tocantins, Maranhão, Bahia e Piauí, tem sido apontada como uma nova fronteira agrícola no país. No entanto, ambientalistas alertam que essa expansão agrícola tem acarretado um custo ambiental significativo.

De acordo com os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), metade do desmatamento registrado no Cerrado está concentrado nessa região. O avanço das atividades agrícolas tem resultado em perda de vegetação e degradação ambiental, colocando em risco a biodiversidade e os ecossistemas únicos do Cerrado.

Ainda de acordo com apelos feitos por ambientalistas, é fundamental que sejam implementadas medidas de proteção e desenvolvimento sustentável nessa área para mitigar os impactos negativos ao meio ambiente.

Sistema Deter divulga aumento do desmatamento no Cerrado

O Deter é utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), funcionando como um levantamento de dados instantâneo de alertas da cobertura florestal em todo o país. Sua principal finalidade é auxiliar no trabalho de fiscalização ambiental.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a análise dos dados revela que a maior parte do desmatamento no Cerrado, cerca de 77%, ocorreu em imóveis rurais que têm registro público no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Isso significa que o governo consegue identificar os responsáveis por essas áreas, sejam eles proprietários ou posseiros em processo de regularização fundiária.

Além disso, 15,9% do desmatamento ocorreu em assentamentos rurais, enquanto uma parcela menor, de 4,2%, ocorreu em áreas de preservação ambiental. Os municípios de São Desidério e Jaborandi, localizados no Oeste da Bahia, ocupam as primeiras posições em relação ao desmatamento do Cerrado.

Juntos, eles correspondem a mais de 11% da área desmatada. Além desses, a lista inclui Balsas, no Maranhão, e Barreiras e Cocos, outras cidades da Bahia que são reconhecidas pelo desenvolvimento do agronegócio em suas regiões.

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