Desvendando hábitos não saudáveis com a ajuda da 'Teoria de Dorito'

Em resumo, tudo está baseado em saciar impulsos rápidos.

Se você costuma consumir chips de batata frita como o Doritos, sabe bem como é gratificante colocar esse tipo de “alimento” na boca. Porém, como também é de conhecimento geral, esse tipo de lanche é prejudicial à saúde.

Para entender melhor o motivo pelo qual os fast foods são tão prazerosos ao paladar, surgiu a chamada “teoria do Doritos”, que começou a se popularizar nas redes sociais.

Em um post sugestivo no TikTok, uma internauta chamada Celeste Aria se baseou em informações dos portais The Guardian e The New York Post para comparar o consumo de Doritos e de alimentos in natura.

“Quando você come um Dorito e termina, você não está totalmente satisfeito. Não é o mesmo que comer um bife ou comer um alimento realmente saciante que é rico em proteínas, onde após a sua mordida, você realmente sente uma espécie de plenitude e aquele calor de satisfação”, comparou.

Explicando sua comparação, Celeste argumentou que comidas rápidas causam satisfação quando estão sendo consumidas, não depois. Por isso, se tornam viciantes.

“Comer batatas fritas é viciante porque o pico da experiência é meio que quando você está provando, e não depois”, afirmou.

O problema é bem maior do que parece

A problemática citada por Celeste Arias, que parece ser uma simples internauta, foi asseverada por especialistas que estudam compulsão alimentar, vícios e até outras áreas da vida, como relacionamentos e comportamento nas redes sociais.

Para esses estudiosos, Celeste tem razão na sua afirmativa, uma vez que o vício é de fato baseado em sensações transitórias, não em resultados finais.

Dr. Gregory Jantz, um respeitado especialista em saúde mental, explica que o vício em redes sociais é um dos que mais se apresentam, tendo crescido muito durante e após a pandemia de Covid-19.

“Vimos um aumento na ansiedade, depressão e dependência, incluindo o vício digital, entre os nossos jovens desde o início da [pandemia de] Covid”, destacou.

Já a Dra. Alice Shepard, que é psicóloga clínica e proprietária da Mirielle Therapy Practice, uma clínica norte-americana, foi mais além, associando comportamentos nocivos e o consumo de alimentos ruins para a saúde com traumas passados que não foram superados.

“Os maus hábitos podem estar relacionados a relacionamentos românticos insatisfatórios, amizades que deveríamos ter deixado de lado anos atrás, empregos que não funcionam mais para nós. Isso requer decisões e ações ponderadas. Talvez queiramos voltar ao início quando essas situações nos fizeram sentir bem. Infelizmente, drogas, álcool e consumo excessivo de alimentos deliciosos, mas nutricionalmente vazios, não resolverão nossos problemas”, diagnosticou.

O que fazer, então?

Aqueles que desejam vencer os impulsos e afastar os vícios têm poderosas armas à sua disposição. Pelo menos é isso que afirma Rita McNamara, professora de psicologia transcultural na Universidade Victoria de Wellington, na Nova Zelândia.

Segundo ela, o segredo é não perseguir a satisfação, deixando hábitos nocivos potencialmente viciantes de lado.

“Nossos piores hábitos têm esse impulso viciante. A diferença entre esse tipo de prazer que impulsiona o vício e a verdadeira satisfação é que o vício vem da busca da experiência máxima, enquanto a satisfação é um “animal quieto”. Você não deve perseguir a satisfação, apenas se afastar de hábitos nocivos. Com o tempo, não haverá nada para se viciar”, afirma.

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