Diáspora – O que é, Definição, Movimentos
Diáspora descreve uma comunidade de pessoas que vivem fora de seu país de origem ou ancestralidade compartilhada.
Hoje o termo diáspora é usado para descrever migrantes de todo tipo. Mas se a migração e a diáspora são sinônimos, por que ambas as palavras são necessárias? O que o uso da palavra diáspora explica?
Por 2.000 anos o termo Diáspora – com um D maiúsculo – foi associado quase exclusivamente à história judaica. O New Shorter Oxford English Dictionary cita Deuteronômio 28:25 em apoio à sua definição primária: “a dispersão de judeus entre as nações gentias; todos aqueles judeus que viviam fora da terra bíblica de Israel”.
A diáspora entrou em uso generalizado no caso judaico, quando os estudiosos de Alexandria traduziram os primeiros cinco livros da Bíblia hebraica para o grego por volta de 250 a.C. Nessa tradução, conhecida como Septuaginta, o verbo “diaspeirein” e o substantivo “diáspora” descreviam uma condição de angústia espiritual que acompanhava a dispersão dos judeus.
No século XX, muitos outros grupos dispersos globalmente começaram a usar a diáspora para se descreverem. Entre os primeiros a fazê-lo, estavam os armênios e os afrodescendentes.
Desde a Segunda Guerra Mundial, a ideia da diáspora têm proliferado de forma extraordinária. Uma razão para esse desenvolvimento foi a descolonização, que forjou laços transnacionais de solidariedade entre as populações globalmente dispersas, notadamente as de origem africana.
A descolonização também levou à expulsão e migração forçada de muitos grupos, especialmente os de origem asiática (por exemplo, etnia chinesa na Indonésia e Vietnã ou sul-asiáticos na África Oriental).
Outra razão para o aumento da popularidade da diáspora é o reconhecimento internacional de refugiados. Houve refugiados na história desde que houveram guerras, pragas e fome. Mas o reconhecimento formal pela ONU trouxe nova atenção para o problema.
Hoje, as várias agências da ONU classificam 15 milhões de pessoas como refugiados, além de outras 15 milhões de pessoas deslocadas internamente (IDPs) e 3,5 milhões de apátridas. Em 2000, a ONU designou o dia 20 de junho como o Dia Mundial do Refugiado.
Diáspora Africana
O termo “diáspora africana” tem sido usado por vários políticos, historiadores, escritores e etnógrafos para se referir a todos os descendentes da África. Alguns estudiosos usaram para se referir à atual emigração da África.
A União Africana define a diáspora africana como indivíduos de origem africana que vivem longe do seu continente de origem. O termo foi cunhado durante o século XIX, mas só entrou em uso comum durante o século 21. A maior população da diáspora africana reside no Brasil.
O Brasil tem uma estimativa de 55,9 milhões de pessoas de ascendência africana, tornando-se o país com a maior população de diáspora africana. Os portugueses iniciaram o tráfico de escravos durante a década de 1550 e conseguiram negociar mais de cinco milhões de escravos de Moçambique, Congo, Angola, Nigéria, Benin e Gana.
Cerca de 50% dos capturados foram trazidos para o Brasil e obrigados a trabalhar nas minas e plantações de cana-de-açúcar no nordeste do país, que inclui os estados da Bahia e de Pernambuco.
O tráfico de escravos foi a base da economia do país, e depois que terminou em 1888, muitas pessoas escravizadas se estabeleceram no Brasil.
A emigração moderna em massa da África tem desempenhado um papel significativo no crescimento da atual população da diáspora africana. Muitos africanos migraram em busca de uma vida melhor, com a maioria deles se mudando para países desenvolvidos como os Estados Unidos.
De 2000 a 2005, a taxa de emigração aumentou para 440.000 africanos por ano, o que aumentou a população da Diáspora Africana Global. Somente os Estados Unidos tinham mais de 1,6 milhão de pessoas nascidas na África até 2010, e o número ainda está crescendo.
Diáspora judaica
A diáspora judaica é um termo que é usado para se referir à dispersão dos judeus de seus lares ancestrais e o subsequente povoamento em diferentes partes do globo. Na Bíblia hebraica, a palavra “exílio” refere-se aos israelitas e aos judaítas que foram capturados do Reino de Judá e levados para o exílio.
Enquanto no exílio, os judeus eram referidos como os “judeus”. A palavra “judeu” é mencionada pela primeira vez no livro de Ester na Bíblia. De acordo com dados de 2016, existem aproximadamente 14,4 milhões de judeus espalhados pelo mundo. Menos da metade da população judia está em Israel, seu lar original.
Israel é considerado o estado do povo judeu. É parte da Terra Prometida de Deus para os descendentes de Abraão, que é referido como Canaã na Bíblia. Israel foi fundada em 1948 e deveria fornecer um assentamento permanente para os judeus que estavam espalhados pelo mundo.
Hoje, Israel tem o maior número de judeus, aproximadamente 6,3 milhões, representando 44% da população judaica no mundo. Os judeus em Israel são a maioria, representando cerca de 74% da população. A população judaica aumentou mais de 10 vezes em comparação com 1948, quando Israel foi fundada.
As Américas têm a maior população de judeus fora de Israel, com 6,4 milhões, representando 0,66% da população total da América. Mais de 90% dos judeus americanos vivem no Canadá e nos EUA. Aproximadamente 6,3 milhões de judeus vivem na Ásia, com a maioria encontrada em Israel.
Os judeus asiáticos representam 0,15% do total da população asiática. Na África, existem apenas 70.000 judeus, representando 0,01% da população africana. Cerca de 1,7 milhão de judeus estão vivendo na Europa, com mais da metade da população judaica residente na França e no Reino Unido.
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