Doença do século 19 volta à cena e APAVORA população da Escócia; saiba mais
Desde 2018 o país enfrenta um aumento significativo no número de casos de raquitismo, uma patologia óssea causada pela falta de vitamina D.
A Escócia voltou a enfrentar um preocupante aumento de casos de uma condição de saúde que estava superada desde o século XIX.
Em 2022, o país registrou 442 pessoas com raquitismo, o que representa um aumento significativo de 25% no índice comparado com 2018. A doença causa amolecimento e deformidade ósseos, além de dores musculares.
Os órgãos de saúde do país apontam que tal retorno está relacionado à pobreza e à desnutrição. Inclusive, a maioria dos casos foi diagnosticado em regiões carentes e periféricas do país.
Entre elas, Glasgow é uma das que emite alertas de saúde mais preocupantes. Grande parte da população carente reside nessa cidade, onde 32% das crianças viviam em situação de pobreza no ano passado, segundo o Centro de Saúde da População de Glasgow.
O que é o raquitismo?
Consiste em uma doença óssea que afeta principalmente crianças em fase de desenvolvimento. Normalmente, está associada à falta extrema de vitamina D e outros nutrientes importantes para a formação e fortalecimento dos ossos.
Desse modo, o indivíduo acaba desenvolvendo uma estrutura óssea fragilizada. Os principais sintomas do raquitismo são:
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Deformidade óssea;
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Fraqueza muscular;
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Dores nas pernas;
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Espasmos musculares.
(Imagem: divulgação)
Motivos para o retorno do raquitismo na Europa
Considerada uma patologia do século XIX, o raquitismo esteve muito presente na Era Vitoriana (1820-1914).
As condições precárias de vida, falta de higiene, exposição limitada à luz solar e dietas inadequadas contribuíram para a prevalência do raquitismo naquela época.
Já no período, o raquitismo era uma condição ligada à desigualdade social, muito presente sobretudo nas áreas pobres dos países europeus.
Agora, os especialistas percebem que a escassez material ainda é um dos principais fatores da enfermidade. No entanto, a era contemporânea apresenta um novo perfil de pessoas com raquitismo.
“Antigamente, eu só atendia pacientes idosos que tiveram raquitismo na infância e ficaram com deformidades nas pernas. Mas isso começou a ser alterado quando Glasgow passou a receber mais migrantes e requerentes de asilo”, disse, ao portal de notícias The Herald, Lynsay Crawford, médica por 20 anos em um dos bairros mais pobres da cidade, Possilpark.
Por isso, Crawford enfatiza a criação do Plano de Dieta e Peso Saudável e que o seu principal objetivo é garantir a todos o acesso à alimentação saudável na Escócia.
Mas o aumento de casos de raquitismo demonstra que, além de ações de saúde, será necessário criar políticas para integrar essa nova população, diminuindo a desigualdade social no país.
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