É do Brasil! Arqueóloga brasileira ganha Prêmio Internacional por descoberta HISTÓRICA; veja

A carioca Tania Andrade Lima é fundadora do programa de pós-graduação em Arqueologia da UFRJ.

No cenário de descobertas que reescrevem a história, a carioca Tania Andrade Lima é reconhecida internacionalmente por sua notável contribuição à Arqueologia, à História e ao Patrimônio Cultural da Humanidade.

Seu trabalho pioneiro na identificação do Cais do Valongo, situado no coração do Rio de Janeiro, a levou a ser uma das vencedoras do prestigioso Prêmio Hypatia Award 2023.

(Imagem: Tania Andrade Lima/Reprodução)

A cerimônia de premiação está marcada para o dia 16 de outubro, na abertura da 6ª Bienal de Restauro Arquitetônico e Urbano (BRAU6), que ocorrerá em Florença, na Itália.

O Hypatia Award é concedido pela Confederação dos Centros Internacionais para a Conservação do Patrimônio Arquitetônico (CICOP Net) e homenageia indivíduos que avançam o conhecimento científico em suas áreas.

Cais do Valongo: uma reviravolta na História

O notável trabalho de Tania Andrade Lima no Cais do Valongo gerou reconhecimento internacional e contribuiu significativamente para a reinterpretação da escravidão nas Américas, com foco especial no Brasil.

Em 2011, suas escavações revelaram os vestígios do antigo cais de pedra, onde se acredita que mais de um milhão de africanos escravizados tenham desembarcado.

A fim de legitimar a importância dessa descoberta, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2017.

Cais do Valongo (Imagem: Marcelo Mena/Reprodução)

Com aproximadamente 350 metros de comprimento, o Cais era o principal ponto de desembarque de escravos no Brasil durante os séculos XVIII e XIX.

Historiadores especulam que cerca de um milhão de escravos tenham chegado ao país por esse local, tornando-o um símbolo da escravidão e da “pequena África”. A estrutura do cais foi encoberta por reformas urbanísticas.

Uma trajetória de contribuição à ciência

Tania Andrade Lima é uma cientista com uma carreira dedicada à Arqueologia. Atualmente, ela é pesquisadora sênior do CNPq e professora aposentada do Departamento de Antropologia do Museu Nacional da UFRJ.

Além disso, é fundadora do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da UFRJ, no qual continua a colaborar, orientando teses e dissertações e ministrando disciplinas.

Sua notável carreira também lhe rendeu a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, concedida pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e o Prêmio Globo “Faz Diferença” na categoria “Rio”, em 2016.

Além disso, Tania Andrade Lima é a segunda mulher brasileira a receber o prestigioso Prêmio Hypatia Award, seguindo os passos da arqueóloga Niède Guidon, premiada em 2020 por seu trabalho no Parque Nacional da Serra da Capivara.

Além de Tania Andrade Lima, outro brasileiro homenageado com o Hypatia Award em 2023 é o padre Júlio Lancellotti, reconhecido por sua incansável luta pela inclusão de moradores de rua em espaços públicos e por seu apoio a projetos urbanísticos inclusivos.

A contribuição de Tania Andrade Lima para a compreensão da história e do patrimônio cultural é um exemplo inspirador de como a arqueologia consegue iluminar o passado e enriquecer nosso entendimento sobre o presente.

Seu trabalho no Cais do Valongo é um tributo à memória daqueles que sofreram sob o regime da escravidão e uma valiosa adição ao patrimônio cultural do Brasil e do mundo.

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