É possível tirar férias sem avisar o chefe? Novo ‘hábito’ está tirando o sono dos empresários
Empresas enfrentam desafios com a prática de 'férias silenciosas', onde funcionários tiram folgas sem aviso, buscando equilíbrio em suas vidas.
Nos Estados Unidos, uma nova prática tem movimentado o mercado de trabalho: as “férias silenciosas“. Esse fenômeno ocorre quando trabalhadores, principalmente millennials, aproveitam o regime remoto para tirar dias de folga sem notificar seus superiores.
Um estudo realizado pela Harris Poll revelou que 37% dos millennials já adotaram essa prática. A pandemia de Covid-19 trouxe mudanças significativas na dinâmica de trabalho, impulsionando o desejo por equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Muitos veem nas “férias silenciosas” uma forma de lidar com o estresse e a ansiedade. Libby Rodney, diretora da Harris Poll, destaca que essa tendência não é uma renúncia ao trabalho, mas sim um esforço por harmonia.
O impacto dessa prática nas empresas é evidente. CEOs enfrentam resistência ao tentarem retornar ao antigo modelo presencial.
Funcionários, por outro lado, buscam maior flexibilidade, refletindo a insatisfação com a rigidez pré-pandemia. Segundo pesquisa da Gallup, 90% dos entrevistados não desejam o retorno aos padrões antigos.
Impacto cultural e resistência empresarial
Foto: depositphotos
O fenômeno das férias silenciosas desafia a cultura corporativa tradicional. A busca por flexibilidade é uma resposta ao desejo de muitos trabalhadores por um ambiente mais adaptável.
Cerca de 40% dos millennials adotam táticas para simular atividade, como movimentar o mouse ou enviar e-mails fora do expediente.
Essas artimanhas são resultado da pressão para manter a imagem de produtividade, embora a maioria esteja satisfeita com as folgas oferecidas.
Entretanto, a percepção negativa de chefes “incompetentes” ou “pouco solidários” aumenta o estresse, segundo 46% dos entrevistados.
Adaptação e futuro do trabalho
Apesar das dificuldades, o mercado começa a se ajustar. O modelo híbrido tem ganhado destaque, com trabalhadores preferindo essa forma de atuação.
Para muitos, a mudança não é sobre regalias, mas sim sobre um ambiente mais flexível e adaptado às novas necessidades.
Com a entrada da Geração Z no mercado, as empresas devem se adaptar para atrair e reter talentos. Rodney prevê uma “guerra de talentos”, onde as empresas que se alinharem às expectativas das novas gerações terão uma vantagem competitiva significativa.
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