Ecossistema gigante é descoberto por cientistas abaixo da superfície da Terra
"Biosfera Profunda" é o lar de milhões de espécies não descobertas.
Nos últimos 10 anos, cientistas do Deep Carbon Observatory (DCO) realizaram um estudo que detectou um ecossistema gigantes vivendo abaixo de nós. Composto por mais de 1.000 cientistas de 52 países ao redor do mundo, este grupo de cientistas mapeia a vida estranha e selvagem da “biosfera profunda” da Terra – a misteriosa colcha de retalhos de ecossistemas subterrâneos que existe entre a superfície da Terra e seu núcleo.
Pode soar assustador, mas, de acordo com nova pesquisa do DCO, condições severas não impediram que milhões de espécies de vida microbiana evoluíssem desde o nascimento do planeta. Em um comunicado que chama a biosfera profunda da Terra de “galápagos subterrâneo à espera de ser estudado”, os cientistas do DCO estimam que a biomassa de vidas baseadas em carbono superam a quantidade de vida que percorre a superfície da Terra.
Com cerca de 17 bilhões a 25 bilhões de toneladas de carbono (15 a 23 bilhões de toneladas métricas) sob a superfície do planeta, os pesquisadores do DCO estimam que exista cerca de 300 a 400 vezes mais biomassa de carbono subterrânea (a maioria ainda não descoberta) do que humanos na Terra.
“Mesmo em condições energicamente desafiadoras, os ecossistemas intraterrestres evoluíram e persistiram de maneira única ao longo de milhões de anos”, disse Fumio Inagaki, um geobiologista da Agência Marítima e Tecnológica do Mar do Japão e membro do DCO, em comunicado. “Expandir nosso conhecimento da vida profunda inspirará novos insights sobre a habitabilidade planetária, levando-nos a entender por que a vida surgiu em nosso planeta e se a vida persiste no subsolo de Marte e em outros corpos celestes”.
De fato, estudar a vida microbiana profunda da Terra já alavancou a compreensão das condições sob as quais a vida pode prosperar. Pesquisadores perfuraram centenas de quilômetros no fundo do mar e amostraram os microbiomas de vários locais ao redor do mundo. Os dados desses locais sugerem que a biosfera profunda do mundo abrange cerca de 2,3 milhões de quilômetros cúbicos – cerca de duas vezes o volume de todos os oceanos da Terra – e abriga cerca de 70% de todas as bactérias e seres unicelulares do planeta.
Algumas dessas espécies fazem de suas casas os nichos mais quentes e profundos do mundo. Um exemplo de organismo é o Geogemma barossii. Vivendo em fontes hidrotermais no fundo do mar, essa forma de vida microscópica cresce e se replica a 250 graus Fahrenheit (121 graus Celsius), bem acima do ponto de ebulição da água.
Enquanto isso, o recorde de vida mais profunda data até agora de cerca de 5 km abaixo do subsolo continental e de 10,5 km abaixo da superfície do oceano. Expandir o que sabemos sobre os limites da vida na Terra poderia dar aos cientistas novos critérios para a busca de vida em outros planetas.
Se há potencialmente milhões de organismos não descobertos crescendo, prosperando e evoluindo na crosta do nosso planeta, então nossos estudos de biodiversidade na Terra até agora, literalmente, apenas arranharam a superfície.
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