A conexão humana nas chamadas de vídeo: mais do que apenas WiFi, segundo pesquisa

O desenvolvimento da tecnologia nas últimas décadas tem afetado o ser humano nos mais diversos aspectos, sobretudo suas relações sociais. Torna-se, nesse sentido, motivo de apreensão, especialmente com o aumento das comunicações por videochamadas. Assim sendo, a pesquisadora Fabíola Diana busca entender os efeitos das tecnologias nas interações sociais.

As interações são capazes de superar a tela

Confira os resultados obtidos pela pesquisadora Fabíola Diana:

Nova realidade

Atualmente, a sociedade se encontra completamente imersa em tecnologia. Essa nova realidade interfere em todos os aspectos de nossas vidas, mas especialmente em nossas interações sociais.

O explosivo aumento nas comunicações por videochamadas, sobretudo após a pandemia da covid-19, tem substituído as reuniões presenciais e levanta dúvidas acerca dessa nova relação.

Esse questionamento é um dos tópicos investigados pela candidata a PhD Fabíola Diana, que busca determinar os efeitos que os meios de comunicação possuem sobre as interações sociais.

Conversar é um jogo de mímica

Por meio de um experimento, conseguiu-se comprovar a reprodução, mesmo através de videochamadas, de um aspecto essencial das interações sociais: o mimetismo.

Caracterizado como um comportamento de repetição ou ajuste entre os conversantes, trata-se de um importante sinalizador de sincronização e, consequentemente, conexão em uma interação social.

A descoberta desse “Efeito Camaleônico” em videochamadas é um importante indicador da relativa eficiência deste meio de comunicação, que pelo visto não serve apenas como uma maneira eficiente para transmissão de informação, mas também possui a capacidade de formar vínculos.

Substituto incompleto

Vale ressaltar que a interação social é um fenômeno complexo, que abrange diversos outros mecanismos além do mimetismo. Ou seja, embora as videoconferências se demonstrem capazes de gerar conexão entre os indivíduos, ainda não podem substituir uma interação real, já que trata-se de uma interação incompleta, sendo que sentidos importantes como olfato e tato são, até o momento, impossíveis de serem transmitidos com eficiência.

Além disso, há os constantes problemas envolvendo essa nova forma de comunicação, como a fadiga visual decorrente da exposição prolongada a dispositivos, que tornam essa interação desgastante.