El Niño visto pela NASA pode resultar em aquecimento global histórico
Com potencial elevado, o satélite da NASA identificou a movimentação das ondas causadas pelo fenômeno El Niño ao leste do Oceano Pacífico.
Através da observação dos dados do satélite Sentinel-6 Michael Freilich, a NASA identificou os primeiros indícios de um possível El Niño a partir do espaço.
Durante os meses de março e abril, foram observadas ondas Kelvin movendo-se pelo Oceano Pacífico em direção à costa oeste da América do Sul.
Essas ondas, que possuem uma altura de apenas 5 a 10 centímetros, porém, abrangem centenas de quilômetros de largura. Quando se formam no Equador e deslocam a camada superior de água quente em direção ao oeste do Pacífico, podem ser consideradas um precursor do fenômeno El Niño.
O cientista do projeto Sentinel-6 Michael Freilich, Josh Willis, expressou que estarão monitorando o desenvolvimento deste El Niño com grande atenção.
Segundo Willis, se este evento climático se manifestar de forma intensa, poderá resultar em um aquecimento global sem precedentes.
Como acontece o fenômeno El Niño?
O El Niño é um componente do ciclo climático conhecido como El Niño-Oscilação Sul (ENSO).
Nesse ciclo, os ventos alísios, que são ventos predominantes de leste ao longo do Equador, sopram as águas superficiais do oeste para o leste através do Oceano Pacífico, deslocando as águas quentes da América do Sul que segue à Ásia.
Esse movimento resulta em um processo em que a água fria sobe para substituir a água quente que se deslocou.
O El Niño está associado a um enfraquecimento dos ventos alísios, o que resulta no deslocamento da água quente em direção ao leste. Esse fenômeno tem um impacto significativo nos padrões climáticos globais.
Nos Estados Unidos, o El Niño geralmente resulta em condições climáticas mais úmidas nas regiões sul e em climas mais quentes nas áreas do noroeste. Essas mudanças podem afetar a distribuição de chuvas, temperaturas e padrões climáticos em todo o país.
A contraparte do El Niño, chamada de La Niña, exerce um efeito oposto, com ventos alísios mais fortes que empurram ainda mais água quente em direção ao oeste.
O El Niño ocorre em intervalos aproximados de três a cinco anos, embora sua frequência possa variar. O evento mais recente de El Niño foi registrado em 2019 e teve uma duração de seis meses, abrangendo os meses de fevereiro a agosto.
Durante esse período, foram observadas mudanças significativas nos padrões climáticos globais, resultando em impactos específicos em diversas regiões do mundo.
As agências NOAA e NASA estão comprometidas em monitorar as condições do Oceano Pacífico nos próximos meses, a fim de determinar a ocorrência e a intensidade do El Niño. Essa vigilância contínua permitirá prever os possíveis impactos desse fenômeno.
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