Em 2024, El Niño será ainda mais forte que em 2023, segundo estudo
O fenômeno foi o principal responsável pelos picos de temperatura absurdos analisados ao longo do ano passado.
O famoso El Niño, um dos fenômenos climáticos mais significativos que existe, provoca uma alteração na consistência dos ventos oceânicos provocados pela rotação da Terra.
Agindo principalmente nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, o El Niño provoca o aquecimento das águas oceânicas e o consequente aumento da temperatura.
Como citado acima, esse fenômeno já age há eras, o problema é que as mudanças climáticas vêm potencializando-o e causando ainda mais estragos.
Para se ter uma ideia, essa combinação de El Niño com mudanças climáticas foi a responsável por fazer de 2023 o ano mais quente dos últimos 100 mil anos. Mas infelizmente não para por aí.
Um estudo publicado no último dia 29 de fevereiro na revista Scientific Reports aponta que há 90% de chances de o fenômeno provocar elevações de temperatura ainda mais pesadas em 2024.
O professor Daliang Cheg, que leciona na Universidade de Gotemburgo e foi um dos autores do estudo, alerta que é imperativo realizar ações com vistas em alertar a população sobre os riscos que o El Niño pode causar em 2024.
Afinal, algumas regiões do mundo, como é o caso da Ásia, foram as mais afetadas pelos aumentos de temperatura em 2023, o que deve se repetir neste ano. Além disso, o calor não é o único efeito devastador desses graus a mais que o planeta tem ganhado.
Os riscos associados
O calor estimulado pelo El Niño traz consigo diversos outros problemas, como visto em 2023. Por isso, os pesquisadores responsáveis pela pesquisa citada anteriormente tentaram “prever” o que o fenômeno tem reservado para 2024.
Como resultado, os estudiosos visualizaram a possibilidade de o El Niño ser moderado e outro cenário em que ele seria mais forte. Na imagem abaixo há uma representação gráfica dos dois cenários:
(Imagem: Ning Jiang and Congwen Zhu/Scientific Reports)
Se for moderado, o evento climático deve provocar aumentos de temperatura na região sudeste da Ásia, afetando as Filipinas e a Baía de Bengala com ondas de calor fortíssimas, o que deve provocar seca e alteração na vida marinha local.
Por outro lado, um “El Niño forte” seria mais abrangente, atingindo regiões como Alasca, Amazônia, Caribe, Mar da China Meridional e outras regiões da Ásia. Novamente, haveria mais ondas de calor marinhas e secas na superfície, com a adição de incêndios florestais espontâneos na Amazônia e derretimento de calotas polares no Alasca.
Em suas considerações finais, os cientistas que fizeram o estudo sugerem que o cenário mais provável é de que o El Niño seja moderado este ano. Mesmo assim, temperaturas recorde devem ser anotadas em algumas regiões do globo.
A previsão é de que o fenômeno atue até junho, se dissipando em seguida. Isso serve como alerta para governos do mundo inteiro, que devem estar a postos e se preparar para os efeitos do fenômeno.
Comentários estão fechados.