Em uma década, o mundo pode testemunhar seu primeiro trilionário
O relatório da Oxfam International aponta que, à medida que a desigualdade de riquezas aumenta globalmente, o mundo verá seu primeiro trilionário em dez anos.
A organização Oxfam Internacional, em seu relatório anual lançado durante o Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça), prevê o surgimento do primeiro trilionário do mundo dentro de uma década. Isso contrasta diretamente com a realidade de quase 5 bilhões de pessoas que passaram a compor a faixa dos mais pobres desde o início da pandemia de coronavírus.
O relatório destaca o aumento da fortuna dos cinco homens mais ricos do mundo:
- Elon Musk, CEO da Tesla e com participações na SpaceX, Starlink, Neuralink, entre outras;
- Bernard Arnault (e sua família), proprietário da LVMH e controladora de marcas de luxo como Möet et Chandon, Dom Pérignon, Veuve Clicquot, Louis Vuitton, Kenzo, Fendi, Donna Karan, Perfumes Christian Dior, Guerlain, TagHeuer, Chaumet e Sephora;
- Jeff Bezos, fundador da Amazon;
- Larry Ellison, fundador da Oracle;
- Warren Buffett, investidor americano, presidente e CEO da Berkshire Hathaway.
Desde 2020, o patrimônio desses cinco bilionários aumentou cerca de 114%, enquanto a pandemia estava gerando grandes dificuldades econômicas em escala global.
A Oxfam ressalta, em seu relatório, a divisão socioeconômica acentuada nos últimos anos, a qual foi amplificada pela pandemia e pela invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. O fato de a Ucrânia ser um grande celeiro na Europa, assim como uma grande exportadora de minério de ferro, titânio, manganês etc. agravou a crise já instalada pela pandemia, elevando o custo de vida e impactando de forma desproporcional nações mais pobres.
No entanto, a organização acena para uma oportunidade de levantar algumas questões críticas acerca do desenvolvimento e da desigualdade global. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, colocou as preocupações do mundo em desenvolvimento no centro da agenda do G20, cujos encontros ocorrerão no Brasil neste ano.
A organização de combate à pobreza, Oxfam, sugere medidas para combater essa crescente desigualdade, as quais incluem a tributação permanente dos mais ricos em cada país, impostos mais eficazes sobre grandes corporações e uma maior vigilância contra a evasão fiscal.
O relatório Inequality Inc. também enfatiza a disparidade entre gêneros em termos de acúmulo de patrimônio. Homens possuem US$105 trilhões (cerca de 509 trilhões reais) a mais do que as mulheres, o que equivale a mais de quatro vezes o tamanho da economia dos EUA. O mesmo estudo apontou que, nos Estados Unidos, a riqueza familiar média de uma família negra corresponde a somente 15,8% da riqueza de uma família branca típica.
Dentre as sugestões da Oxfam para solucionar essa disparidade, está a limitação salarial para CEOs e impostos sobre riquezas e lucros excessivos.
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