Enfermeira se recusa a dar atestado para mulher grávida com dor

Enfermeira se recusa a dar um atestado para uma mulher grávida e abre uma discussão sobre racismo na internet.

Em comparação com outros países, a licença maternidade nos Estados Unidos não atende às necessidades das gestantes. A Lei de Licença Médica Familiar (FMLA) garante que as mulheres grávidas tenham apenas 12 semanas de licença protegida pelo emprego. Ainda assim, muitas não têm esse direito, considerando que apenas 23% dos funcionários da indústria privada têm acesso a férias remuneradas.

Mulher expõe dificuldade para obter um atestado por conta de dores da gravidez

Confira o que aconteceu com a gestante Jill em uma clínica nos Estados Unidos:

Licença maternidade.
Foto: TikTok.

Enfermeira recusou dar um atestado à gestante

Em uma clínica de gravidez na Filadélfia, uma mulher chamada Jill postou um vídeo no TikTok mostrando uma enfermeira discutindo com ela sobre um atestado médico. Nos vídeos, ela explicou o que aconteceu antes da interação gravada.

Ela tinha ido à clínica para conseguir um atestado para dispensá-la do trabalho nos últimos dois meses de sua gravidez, pois ela estava sentindo muitas dores e isso dificultava o seu trabalho.

Quando ela começou a descrever a dor para a enfermeira, foi interrompida e teve seu colo do útero examinado “muito agressivamente”. A enfermeira se recusou a dar um atestado, então ela pediu para falar com um médico.

Posteriormente, ela foi levada para falar com um por telefone.

“Por favor, não a leve para o meu escritório”, Jill afirma que a enfermeira disse. “Ninguém quer ir ao seu escritório”, ela respondeu.

Então, surpreendentemente, a enfermeira ligou para a polícia, dizendo que se sentiu “ameaçada”. A polícia acabou intervindo e Jill conseguiu o atestado médico. Mas foi então que a enfermeira entrou no saguão da clínica para confrontá-la. Jill começou a gravar.

Nas gravações a enfermeira repreende Jill por ter engravidado e não querer trabalhar. Disse que, segundo examinou, a gestante não merecia o atestado.

Jill a confronta: “Você sabe como meu corpo se sente?”. Jill gira a câmera para mostrar o rosto da enfermeira e a mesma tenta cobrir com um notebook e acaba atingindo Jill.

O racismo médico

Muitos consideram a situação como mais um exemplo de racismo na indústria médica. A advogada de Jill, Briana Lynn Pearson, descreveu o tratamento dado pela enfermeira a Jill em um e-mail para o The Philadelphia Enquirer.

“Jill, uma mulher afro-americana, foi ao Philadelphia Pregnancy Center com sete meses de gravidez, com dores, procurando atendimento médico e foi recebida com abuso, negligência e tratamento discriminatório por ser negra”, escreveu Pearson.

Algumas pessoas nos comentários apoiaram a ideia de que Jill foi tratada de forma diferente por causa de sua raça. “Esta é a verdadeira face do sistema médico neste país! Com ou sem plano de saúde, tudo o que eles veem é o tom da pele”, escreveu uma pessoa.

A clínica de gravidez divulgou um comunicado em seu site dizendo que conduzirá uma análise para resolver o problema e garantir que seus enfermeiros tratem os pacientes “de maneira médica e socialmente apropriada” no futuro.

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