O que acontece com seu cérebro se você perder um braço?

O cérebro consegue se adaptar às situações difíceis, então pode tornar uma situação ruim algo mais confortável para o indivíduo. Entenda melhor a plasticidade cerebral.

Situações delicadas – como a de precisar engessar o braço – alteram o “comportamento” do cérebro. O nome do fenômeno, conhecido como neuroplasticidade, se refere ao modo como este poderoso órgão muda a sua forma de funcionar para se adaptar a uma nova situação ou a um tipo de restrição. Veja mais sobre esta curiosidade.

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Pesquisadores da Universidade de Washington estudaram a influência da neuroplasticidade cerebral em áreas consideradas em desuso pelo cérebro. A ideia é verificar o impacto na atividade deste órgão quando uma pessoa de repente conta com uma área que é impedida de ser utilizada.

Na pesquisa em questão, os participantes tiveram o braço engessado.

Braço engessado por duas semanas

O estudo realizado ao longo de dois meses fez varreduras no cérebro dos participantes várias vezes ao dia para identificar as funções cerebrais de pessoas com restrições motoras. Dois momentos distintos foram captados: a atividade cerebral dos indivíduos antes de engessar o braço – para ver questões como força e controle motor – e o período após a restrição.

No estudo, os participantes precisavam manter os braços dominantes engessados por duas semanas para avaliar o movimento cerebral em exames de ressonância magnética. Os resultados mostraram que as áreas em desuso, ou seja, aquelas que se encontravam engessadas, sofreram diminuição na atividade do córtex cerebral e no cerebelo. Duas áreas responsáveis por processar o movimento.

Em contrapartida, quanto ao braço que se encontrava livre e era considerado o não dominante, houve um registro do aumento de atividades em um percentual que varia de 15 a 24%; no entanto, ainda segundo os cientistas, embora tenha sido percebido um aumento do uso, as habilidades motoras não apresentaram melhora significativa.

Plasticidade cerebral e circunstâncias adversas

O estudo aponta para algo que muitas pessoas já conhecem: a plasticidade cerebral. Ela é conhecida como a capacidade de o cérebro de mudar a sua forma de se comportar e funcionar, a depender da situação em questão.

Embora o braço não dominante tenha sofrido um aumento em determinadas funções motoras, o braço engessado – com impedimento para se movimentar – não ficou atrofiado. Dessa forma, a plasticidade cerebral demonstra que, mesmo em uma situação delicada, o cérebro irá, além de manter a região que está impedida de se movimentar relativamente ativa para proteger o local, desenvolver outras funções.

É por isso que lembramos: quando você estiver em uma situação um tanto quanto mais grave e que foge do seu controle, saiba que o seu cérebro e o seu corpo estarão trabalhando para te ajudar a superar esse momento.

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