Ensino integral: ministro defende carga horária para todas as séries
Camilo Santana, nome à frente do MEC, afirmou ainda que escolas devem priorizar democracia, cidadania, ética e debates sobre política.
Com a transição para a gestão do presidente Lula (PT), seus ministros começaram a delimitar os novos passos de suas pastas. Em entrevista ao Estadão, o novo ministro da Educação, Camilo Santana, opinou sobre o que acredita que deva ser prioridade nas escolas brasileiras e defendeu o ensino integral para todas as séries.
“Vamos definir planejamento, que se inicia pelo [ensino] médio, nas últimas séries do [ensino] fundamental, os anos mais delicados para o jovem”, sublinhou.
Santana informou, ainda, que o Ministério da Educação (MEC) quer apresentar um plano acerca do assunto para os próximos cem dias. “Nada pode ser feito sem planejamento”, afirmou, ao ser perguntado sobre os gastos – significativamente maiores – deste tipo de carga horária nas escolas.
Por fim, o ministro disse que a decisão final ficará a cargo do presidente Lula.
Ensino Integral e novo currículo, defende novo ministro do MEC
Camilo Santana defendeu mudanças no currículo escolar brasileiro. Segundo ele, deve haver mais valorização de temas como democracia, cidadania e ética.
“Quando se discute matemática, discute-se a importância da liberdade de expressão, de crítica, pensamento e democracia”.
Ele também defendeu que os alunos devem discutir mais política em sala de aula. Porém reforçou que não se trata de política partidária e sim das questões que qualquer cidadão vive em seu dia a dia.
“Sou aquele que defende que tudo na vida é uma questão de política”, disse. “Quem define o salário mínimo é a política. [Ela] precisa ser discutidas nas escolas, nos sindicatos, nos bares e condomínios”, finalizou.
Escolas cívico-militares
O novo ministro à frente do MEC não deixou claro se vai fechar imediatamente as escolas cívico-militares. Entretanto, afirmou que solicitou um estudo dos resultados do programa, para avaliar a situação em um panorama mais amplo.
Contudo, quanto à já extinta Política Nacional de Alfabetização (PNA), Camilo Santana sublinhou que o programa “não tem indicadores e recebeu várias reclamações”.
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