Descoberta intrigante: 9.479 cérebros armazenados no subsolo de uma universidade
Há um estudo de doenças mentais e neurológicas através de órgãos coletados no século passado.
O subsolo da Universidade de Odense, na Dinamarca, guarda uma grande coleção de cérebros, a maior coleção de cérebro do mundo. São cerca de 9.479 peças extraídas, ao longo de quatro décadas, de pacientes que possuíam doenças mentais e neurológicas. A seguir, confira mais informações sobre a universidade que tem uma coleção de cérebros.
A Universidade de Odense e sua coleção de 9.479 cérebros
A Universidade de Odense armazena cerca de 9.479 cérebros que foram coletados em uma pesquisa experimental lançada em 1945 pelo psiquiatra Erik Strömgren. Esses órgãos são preservados em formol e recipientes numerados, e foram coletados após autópsias realizadas em pacientes internados em instituições psiquiátricas da Dinamarca, sem o consentimento do paciente falecido ou de sua família.
Embora na época essas autópsias fossem consideradas um procedimento padrão, atualmente é questionável do ponto de vista ético. Isso porque, naquela época, não havia garantia dos direitos dos pacientes, e os hospitais psiquiátricos eram vistos como locais de isolamento da sociedade.
Segundo o historiador psiquiátrico Jesper Vaczy Kragh, a pesquisa experimental tinha como objetivo descobrir mais sobre a localização das doenças mentais. No entanto, com o desenvolvimento das questões éticas e morais sobre os direitos dos pacientes, esses procedimentos foram extintos em 1982.
Apesar dos questionamentos éticos, a coleção de cérebros ainda é importante para a pesquisa em neurociência e tem sido utilizada para avançar o conhecimento sobre o cérebro humano.
A coleção de cérebros como objetos de pesquisa
A coleção de cérebros atualmente localizada em Odense foi transferida de Aarhus, no oeste da Dinamarca, em 2018. Atualmente, há quatro projetos de pesquisa em andamento utilizando a coleção.
O diretor da coleção destaca que essa é uma investigação científica muito útil para entender melhor as doenças mentais. A neurobióloga Susana Aznar, especialista em doença de Parkinson em um hospital universitário de Copenhague, destaca que essa coleção é única porque permite identificar os efeitos dos tratamentos modernos.
Segundo Susana Aznar, os cérebros da coleção em Odense foram coletados antes dos tratamentos modernos estarem disponíveis. Ao compará-los com cérebros mais recentes, podemos avaliar se as alterações encontradas estão ou não associadas aos tratamentos atuais.
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