Escândalo no Burger King: empresa força uso de ingredientes vencidos
Além de serem obrigados a fraudar ingredientes, os colaboradores tinham que comer produtos vencidos.
Em uma decisão recente, a 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a empresa que cuida da rede de fast food Burger King no Brasil por obrigar funcionários a mudarem a data de validade de ingredientes vencidos.
O processo no qual a Zamp S.A. (a referida empresa que responde pela rede) foi instada, foi movido por um ex-funcionário que relatou diversos casos de abuso cometidos pela chefia da unidade onde ele trabalhava.
De acordo com o requerente, além de terem que fraudar as etiquetas de validade dos produtos, os funcionários eram obrigados a comer esses mesmos alimentos vencidos nas refeições que faziam em meio ao expediente de trabalho. Caso não aceitassem comê-los, ficariam sem alimento.
O ex-colaborador insatisfeito foi contratado pela Zamp para trabalhar na loja do Burger King do Shopping Pateo Itaquá, em Itaquaquecetuba (SP), no ano de 2018. Um ano depois, em 2019, ele se desligou da empresa e decidiu mover o processo contra a BK Brasil Operação e Assessoria a Restaurantes S.A. (antigo nome da Zamp S.A.).
Em suas considerações iniciais o trabalhador afirmou que pediu demissão por “não tolerar mais as práticas abusivas da empregadora”, exigindo o pagamento de todas as verbas rescisórias a que tinha direito legal e o pagamento de R$ 3.900 por danos morais. Todos os requerimentos foram concedidos pela Justiça do Trabalho.
O ex-funcionário relatou ainda que não apenas ele, mas diversos outros funcionários também eram obrigados a fraudar datas de validade e comer alimentos vencidos, que também eram disponibilizados ao público.
Por sua vez, o ministro Alberto Balazeiro do TST, que relatou o processo, fatos de alta gravidade foram comprovados e a conduta da então chefia da loja do BK no Shopping Pateo Itaquá configura um atentado à saúde pública.
Até o fechamento desta matéria a Zamp S.A. não havia emitido nenhum comentário público sobre o processo além do que já consta em seu site oficial.
Comentários estão fechados.